Corpo do advogado curdo Tahir Elçi é visto no chão, atrás dos pilares, enquanto policial tenta se proteger durante tiroteio em Diyarbakir neste sábado (28) (Foto: Dogan News Agency~/AFP)
Policiais lançaram jatos de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes neste sábado (28) em Istambul, durante um protesto após a morte do advogado curdo Tahir Elçi, presidente da Ordem de Advogados de Diyarbakir.
A manifestação acontece na Praça Taksim, palco de protestos no país nos últimos anos.
Elçi foi morto nesta manhã enquanto concedia uma entrevista. De acordo com testemunhas,estava diante de uma mesquita no distrito Sur, em Diyarbakir, cenário frequente de confrontos entre a polícia e jovens combatentes próximos ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), quando tiros foram ouvidos.
"Durante uma entrevista na Ordem dos Advogados de Diyarbakir à imprensa, as forças de segurança foram atacadas. Um policial morreu e dois ficaram feridos. Durante o tiroteio posterior, o presidente da Ordem dos Advogados de Diyarbakir, Tahir Elçi, morreu", afirmou o governo local.
Elçi recebeu um tiro no rosto, segundo testemunhas. Até o momento, não foi possível determinar se recebeu um tiro de um dos criminosos ou foi vítima de bala perdida.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se declarou "triste com a morte de Elçi", durante um discurso em Burhaniye (oeste).
"Este incidente demonstra que está justificada nossa determinação de lutar contra ol terrorismo", disse Erdogan.
"Seguiremos este combate até o fim. Não vamos parar, não vamos recuar", completou.
A agência de notícias ligada ao governo Anatolia atribuiu o ataque aos rebeldes curdos.
Em julho recomeçaram os combates entre as forças de segurança turcas e os guerrilheiros turcos, depois de dois anos de cessar-fogo.
Advogado de prestígio, defensor da causa curda, Elçi havia sido processado por ter afirmado que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que iniciou uma rebelião armada em 1984, não era uma organização terrorista.
Elçi foi detido em 20 de outubro em seu escritório em Diyarbakir e acusado por "apologia do terrorismo por meio da imprensa" por um tribunal de Istambul, que determinou sua liberdade sob vigilância.
O advogado poderia ser condenado a uma pena de 18 meses a até sete anos de prisão.
Fonte: G1