O que era para ser um balneário destinado a lazer e refúgio do calor à população cuiabana tornou-se outra realidade. A tranquilidade inexiste no Complexo Turístico da Ponte de Ferro, localizado às margens do rio Coxipó do Ouro, cerca de 20 km da capital. Levar a família torna-se um pouco arriscado, uma vez que o local é tomado por lixo, há presença frequente de gente praticando prostituição e usuários de drogas, sem contar as brigas, roubos e furtos contra pessoas e veículos.
“Esta é uma questão de processo educacional. As pessoas precisam entender que, como um patrimônio ambiental, é preciso preservar e cuidar. Cada um tem que juntar seu lixo e destinar à lixeira, ver se está em quantidade necessária para ser devidamente acondicionado o seu resíduo”, pontua o secretário municipal de Serviços Urbanos de Cuiabá, José Roberto Stopa.
O local está tomado de lixo, por falta de conscientização de muitos banhistas que deixam fraldas, absorventes, camisinhas, roupas, chinelos, pacotes de guloseimas, de gelo, copos descartáveis, latas de cerveja, garrafas pet e de vidro espalhadas, bem como restos de churrasqueiras quebradas e outras improvisadas às margens do rio.
Há um container pequeno e uma lixeira grande de concreto para acondicionar o lixo, porém o problema é ainda maior, pois a realidade é a total falta de compromisso de muitos que vão ali para fazer festa e depredar o patrimônio, pessoas embriagadas ou drogadas geram violência.
“Foi solicitada há três semanas a presença da Polícia Militar (PM) na Ponte de Ferro, pela Secretaria de Turismo da prefeitura, pois o lugar estava sendo depredado por viciados, prostitutas, pessoas que iam para beber e quebravam o local”, ressalta o major e secretário adjunto de Apoio à Segurança Pública de Cuiabá, Noelson Carlos Silva Dias.
Existe um termo de cooperação entre a prefeitura e a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso com a PM municipal de Cuiabá em cuidar dos patrimônios públicos da capital. E a partir de então o balneário está com policiamento ostensivo, com abordagem a pessoas, veículos e até mesmo efetuando prisões.
Um banhista que não quis se identificar e estava com a família no local disse que no final de semana há brigas, orgias, furtos de motocicleta e carros. Por isso, prefere ir durante a semana. Porém, é arriscado por causa dos assaltos.
Quanto à coleta de lixo, ela é constantemente feita, até duas vezes por semana, caso seja necessário. No entanto, os agentes de serviços urbanos reclamam da falta de educação e responsabilidade de banhistas que não têm compromisso na utilização adequada do meio ambiente, tanto no complexo turístico da Ponte de Ferro como no Arraial de Freitas, a Vila do Coxipó do Ouro, localizada a 2,5 km após o complexo turístico.
No Balneário Ponte de Ferro a situação é mais grave, pois ainda não há consórcio firmado para fazer a manutenção do espaço, que contará com um bar, um restaurante, sete quiosques com churrasqueiras e estacionamento para aproximadamente 400 carros, além de pontos de apoio para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A verba orçada para a estruturação do local estava em R$ 1,1 milhão.
Segundo o secretário municipal de Turismo, Marcus Fabrício Nunes, está prevista a abertura de uma licitação de concessão para explorar o sistema balneário turístico da Ponte de Ferro.