Outros 200 foram indiciados, entre eles altos integrantes da Irmandade, incluindo o vice de Badie, Mahmoud Ezzat, e os outros líderes do partido Essam El-Erian e Mohamed El-Beltagi. Um porta-voz afirmou que eles seguem em liberdade.
Milhares de membros da Irmandade mantêm vigília próximo a uma mesquita no nordeste do Cairo, pedindo a volta do presidente Mohamed Morsi, deposto por um golpe militar em 3 de julho.
Mais cedo, a Irmandade Muçulmana recusou a oferta de tomar parte no novo governo egípcio, proposta pelo primeiro-ministro Hazem al-Beblawi. “Não pactuamos com golpistas. Rechaçamos tudo o que emane deste golpe militar”, disse o líder Tareq al Mursi sobre a proposta apresentada pelo novo premiê.
A Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão opositora laica do Egito, também recusou adesão ao governo interino, informou a agência estatal de notícias “Mena”.
A FSN disse por meio de um comunicado que o presidente interino Adli Mansur não consultou as demais forças políticas do país. Segundo a coalizão, faltam artigos importantes no pacto e outros precisam ser modificados ou anulados.
O vice-presidente do grupo Dawa Salafiya, Yaser Borhami, também rechaçou a oferta, entre outros motivos, porque permite ao presidente interino “controlar todos os meios para reformar a Constitução, inclusive anulá-la totalmente”.
Segundo Borhami, o presidente poderá eleger o comitê que irá reformar a Carta Magna sem consultar um órgão eleito pelo povo.
Na terça-feira (9), o novo primeiro-ministro egípcio, Hazem al-Beblawi, ofereceu postos em seu governo à Irmandade Muçulmana. Beblawi foi nomeado pelo presidente interino egípcio, Adli Mansour, como premiê no governo de transição do país. Mansour também apontou Mohamed ElBaradei como seu vice-presidente, sendo também responsável pelas relações exteriores.
O partido islamista Al-Nour, o segundo maior grupo islâmico, disse apoiar a nomeação de el-Beblawi. O líder do partido afirmou ainda estar estudando a nomeação de ElBaradei.
A designação de Beblawi, de 76 anos, acontece quase uma semana depois do exército egípcio ter destituído o presidente Mohamed Morsi, em uma medida que acirrou as divisões no país.
Mansour, publicou na segunda-feira (8) à noite uma declaração constitucional com um calendário eleitoral, que inclui a realização de eleições legislativas no início de 2014.
G1