A mulher está onde ela quiser. E elas estão, como nunca, no samba. Produtoras, instrumentistas, cantoras, compositoras, tirando som na palma da mão, sensíveis e fortes, politizadas e empoderadas. Neste cenário é que nasceu o projeto cultural Mulheres na Roda de Samba, selecionado no edital MT Nascentes da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
Com o objetivo de valorizar e dar visibilidade às sambistas de Cuiabá, o projeto iniciou suas atividades com a divulgação da trajetória dessas mulheres pelas redes sociais. A roda de samba deve ocorrer até abril, conforme possibilidades, de acordo com a pandemia em Mato Grosso, mas enquanto isso, o público vai conhecendo quem são as mulheres que têm o samba correndo na veia pelas páginas do instagram e facebook @mulheresnosambacba.
Cantoras, compositoras e instrumentistas integram o projeto coordenado por Luanda Taiana e Liliane Nascimento. Pelas redes sociais, e em breve no evento, o projeto destaca as artistas Deize Águena, Sandra Regina, Fadia Ravilã, Larissa Paddilha, Josita Priante, Bia Boreo, Rita Cassia, Mariana Borealis, Andréa Rosa Oliveira, Ju Grisólia, Juma Yara, Bia Scaff, Kalinca Nunes, Mônica Campos e Aninha.
“Estamos unindo forças diante de tantos movimentos políticos e artísticos que debatem e trouxeram para o espaço público a igualdade de gênero dentro do universo do samba”, pontua Luanda Taiana, ao justificar a importância do projeto no contexto social.
Ela observa que se passaram décadas e a segregação entre o sexo masculino e feminino ainda é fortemente registrado nas rodas de samba e no universo do gênero musical que é o samba. “Este projeto visa valorizar, fortalecer e divulgar para o público a força das mulheres que sempre estiveram presentes nas rodas de samba, porém nunca tiveram visibilidade e reconhecimento como sambistas”.
Luanda e Liliane acumulam uma grande experiência na produção de eventos que envolvem mulheres e samba. São as idealizadoras e realizadoras do Samba das Pretas e coordenaram o 2º Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba na capital mato-grossense.
“A partir desse evento nacional, entendemos que deveríamos criar um projeto nosso, um evento para ser símbolo de luta e resistência das mulheres em um mercado que ainda impera o sexo masculino, e do resgate das mulheres no samba”, ressalta Liliane Nascimento.
Outro detalhe importante observado pelas coordenadoras é a geração de oportunidades de trabalho para a cadeia de organização e promoção de eventos num ano em que esteve estagnado. “Projetos como este beneficiam e ajudam músicos e técnicos a sustentarem suas carreiras e suas famílias”, completa a produtora.