Foto: Ilustração
A prefeita Thelma de Oliveira (PSDB) elegeu a historiadora Maria Amélia Assis Alves Crivelente, moradora de Chapada dos Guimarães, para representar o município em atenção ao protocolo de amizade e cooperação entre o município e a cidade de Guimarães, do distrito de Braga, em Portugal.
A historiadora, que está em Portugal, assina nesta quarta-feira (8) o protocolo de amizade e cooperação com o presidente da Câmara da cidade portuguesa de Guimarães, Domingos Bragança.
Conforme Thelma, a escolha de Maria Amélia se deve ao profundo conhecimento da história, do povo e hábitos de Chapada. “Esperamos dar continuidade a este Protocolo, principalmente no que diz respeito aos fatos da história, cultura, turismo, cujas diferenças nos tornarão mais próximas, além das práticas de agricultura familiar, que trarão nova sustentabilidade para o setor”, ressaltou.
Em 2013, foi assinado o Protocolo de Colaboração e Amizade entre os dois municípios. A idealização do projeto, conhecido como Cidades-Irmãs, conta com a vasta e reconhecida experiência das autoridades da cidade portuguesa, na transformação cultural e turística de Guimarães, contribuindo para sua elevação a Patrimônio Histórico e Mundial da Humanidade, em 2001, pela Unesco, e à Capital Européia da Cultura, em 2012. Esta experiência vai contribuir para o desenvolvimento de Chapada dos Guimarães, por meio da troca de informações, colaboração e intercâmbios.
O início do projeto
O projeto teve início ainda em 2001, resultado de estudos das historiadoras Maria Amélia, que o apresentou como tese de mestrado à comunidade de Chapada, e Maria Norberta Amorim, professora da Universidade de Minho, em Portugal. Maria Amélia explica que o tema da dissertação era a formação da sociedade e cultura de Chapada dos Guimarães no século XVIII. “A estreita ligação histórica entre Guimarães e Chapada despertou o interesse para o embasamento da minha tese. Desde então, estamos tentando mostrar a importância desse Protocolo de Colaboração e Amizade entre as duas cidades”, salientou.
Guimarães e Chapada dos Guimarães estão historicamente ligadas, desde o século XVIII, precisamente no ano de 1767, quando a cidade mato-grossense, então denominada Missão de Santana do Sacramento, recebeu o nome de Lugar de Guimarães, em homenagem à cidade berço da nação portuguesa, Guimarães, no norte do país, na região conhecida como Minho. O novo nome foi dado pelo então Governador General da Capitania de Mato Grosso, Luis Pinto de Souza Coutinho, responsável, na ocasião a dar nomes relativos a cidades do Reino Português às aldeias e missões na colônia do Brasil.
Município pode se tornar patrimônio imaterial da humanidade
Um dos objetivos da cooperação foi tornar Chapada dos Guimarães patrimônio imaterial da humanidade. O primeiro passo para isso ocorreu com a assinatura do Protocolo de Colaboração e Amizade entre o município e a cidade portuguesa de Guimarães.
O acordo prevê a troca de informações e experiências para melhorar as agora cidades irmãs, que possuem estreita ligação, como o nome do município mato-grossense, escolhido como forma de homenagear a primeira cidade portuguesa, fundada em 1128, que já é considerada pela Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação (Unesco) patrimônio histórico da humanidade.
O presidente da Câmara dos Vereadores e ex-prefeito da cidade portuguesa, cargo que ocupou por 24 anos, Antônio Magalhães, na época esteve em Chapada para a assinatura do termo. Ele ressaltou que documento semelhante foi firmado com outras cidades, inclusive duas brasileiras, Rio de Janeiro (RJ) e Londrina (PR). “Mas Chapada é a única que tem uma motivação histórica específica para ser uma cidade irmã de Guimarães”, contou a idealizadora da proposta de aproximação entre as duas cidades, a doutoranda em História pela Universidade do Porto, Maria Amélia Assis Alves Crivelente.
Para Magalhães, a cooperação entre cidades irmãs pode representar diversos benefícios para todos os envolvidos, ainda que as cidades possuam características diferentes. “Guimarães é o berço da pátria portuguesa e ganhou autonomia em 4 de junho de 1128. O valor da cidade tem a ver com a sua monumentalidade. “”Ainda que com características climáticas diferentes, Guimarães tem em comum com Chapada dos Guimarães um espaço verde abrangente, o que não é característica em Portugal”.
O político português salienta que o desejo do município mato-grossense em alcançar um novo patamar pode ser facilitado pela experiência da cidade irmã. “Em 2012, a cidade foi eleita a Capital Europeia da Cultura. Isso representou uma visibilidade muito grande, com mais de 1,5 milhão de visitantes nos 12 meses. Vejo em Chapada condições para ser patrimônio imaterial, como é a Serra de Cintra em Lisboa, que não é mais bonita do que aqui. A natureza foi generosa com o município”.
A origem do nome Chapada dos Guimarães
Pouca gente sabe, mas a escolha do nome do município de Chapada dos Guimarães foi uma homenagem à primeira cidade portuguesa. Em 1767, para conter o avanço dos espanhóis, Portugal decidiu colocar, em todas as missões, nomes que de alguma forma faziam menção ao reino. O espaço onde hoje está localizada a cidade, era conhecido como Missão Jesuítica de Santana do Sacramento, e foi mudado para Lugar de Guimarães. A escolha, além da deferência, foi motivada pelo fato que diversas famílias daquela localidade eram oriundas da agora cidade irmã.
Com Assessoria