A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –Unesco, através do Programa Memória do Mundo, por meio da Fundação Biblioteca Nacional, ligada ao Ministério da Cultura, reconheceu recentemente o acervo de Artur Ramos. O Programa Memória do Mundo “é a memória coletiva e documentada dos povos do mundo, ou seja, seu patrimônio documental, que representa boa parte do patrimônio cultural mundial. Ela traça a evolução do pensamento, dos descobrimentos e das realizações da sociedade humana. É o legado do passado para a comunidade mundial presente e futura”. No Brasil foram registradas 91 coleções documentais, das quais estão o Arquivo arquitetônico de Oscar Niemeyer, Documentos das viagens do Imperador Dom Pedro II no Brasil e no exterior e Rede de informação e contrainformação do regime militar no Brasil (1964-1985).
A premiação é considerada um dos mais expressivos reconhecimentos dados aos acervos documentais e bibliográficos da memória brasileira. O registro de acervos documentais e bibliográficos possibilita uma maior democratização e dinamização de preciosas coleções que se encontram em museus, arquivos ou bibliotecas. Em referência ao acervo de Arthur Ramos (1903-1946), o médico, psiquiatra, psicólogo, etnólogo, folclorista e antropólogo deixou uma obra de mais de seiscentas peças, dentre livros e artigos, fontes de estudos para a psiquatria, negro, índio e folclore.
Em Cuiabá, ainda que não estejam registrados no Programa Memória do Mundo, devem ser lembrados os acervos da Casa Barão de Melgaço, instituição que abriga o Instituto Histórico e Geográfico e a Academia Mato-grossense de Letras, sob a curadoria de Elizabeth Madureira Siqueira. Na instituição são encontrados acervos institucionais, privados e de famílias como, por exemplo, o de Ramiro Noronha, servidor do Serviço de Proteção aos Índios.
Que em 2017 os acervos do Programa Memória do Mundo dentre outros possam ser mais dinamizados, contribuindo fortemente para conhecimento do País e tragam a todos dias melhores, mais felizes.