Um programa de criação de bezerros sustentável deve disponibilizar investimento de três milhões de euros a 450 pequenos produtores de Mato Grosso até 2020. O projeto é desenvolvimento em regiões de concentração de produção e de área de vegetal e visa a inclusão de negócios de porte pequeno no mercado nacional.
Lançado nesta terça-feira (10) pelo governo do Estado em parceria com a Fundação Carrefour, a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH) já conta com projetos em execução no noroeste de Mato Grosso. As ações estão concentradas em 11 municípios no Vale do Juruena e no Vale Araguaia.
A diretora executiva do IDH, Daniela Mariuza, afirma que o programa irá preparar produtores em áreas de assentamentos a produzir mais em áreas de reduzido espaço para atividades pecuárias. “A proposta é levar tecnologia para os pequenos produtores para viabilizar o entrada deles no mercado. Não vamos passar dinheiro direto para o produtor, o caso de cada um será estudado para que haja aplicação de recurso em foco”, explica.
A parceria entre Estado as empresas intercionais ocorre por meio do PCI (Produzir, Conservar e Incluir) lançado em 2015 na COP 21, na França. Segundo o governo, o programa obedece metas de sustentabilidade assumidas por Mato Grosso e pelo Brasil na conferência internacional do clima.
Hoje, os vales de Juruena e do Araguaia são responsáveis pela produção de 45% da carne bovina consumida em Mato Grosso. A intenção da parceria é impulsionar essa produção. Ao todo, 450 iniciais pequenos agricultores ocupam área de 156 mil hectares. Além da linha de financiamento, os participantes terão assistência técnica em melhoramento genético e do pasto e apoio para a legalização fundiária.
“Nós sabemos que o grupo em foco do programa tem questões para serem regularizadas, e a proposta é justamente ajudar na legalização e oferecer condições para ingresso no mercado. Para isso, temos alguns prazos como a regularização no CAR (Cadastro Ambiental Rural) até 2020”, disse Daniela Mariuza.
A Fundação Carrefour entra no negócio com a proposta de preço 5% acima do mercado local para atrair a compra de carne bovina. A multinacional busca aumentar a produção de carne para atender a demanda crescente da Europa. Inicialmente, o produto com participação do programa será consumidor no Brasil, mas a fundação não descartar a exportação.