Cidades

Professores quebram cerca do Palácio do Buriti, e PM reage com spray de pimenta

Professores da rede pública quebraram nesta quarta-feira (11) vidros e a cerca do Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, para reivindicar o pagamento da última parcela do reajuste salarial escalonado, de 3,5%. Policiais militares reagiram com spray de pimenta e impediram a entrada do grupo no prédio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve vítimas.

A segurança do Palácio do Buriti é feita por 80 policiais militares. De acordo com o tenente-coronel Márcio Vasconcelos, o uso de spray de pimenta foi a única forma de impedir que o grupo invadisse a sede do Executivo.

"Não havia como controlar mais de 3 mil pessoas. Não somos contra os professores. Porém, eles têm que agir dentro da legalidade e não destruir um patrimônio público. Ficaremos aqui até o ato ficar pacífico", disse.

A manifestação reuniu cerca de 5 mil professores, segundo o sindicato da categoria. Os professores estão em greve há 29 dias. A assembleia que votaria a continuidade da paralisação foi suspensa, e os manifestantes fecharam todas as faixas do Eixo Monumental.

A professora Iolanda Pereira, de 37 anos, foi uma das pessoas atingidas pelo spray de pimenta. "Foi desnecessário. Senti um incômodo muito grande, ficou difícil de respirar e os olhos arderam demais. A Polícia Militar agiu novamente de forma violenta e truculência. Nossa intenção era apenas de ocupar a área. A greve continua por tempo indeterminado."

O trânsito foi desviado na altura do Estádio Nacional, e o tráfego estava parado na altura do Cine Drive-In.

Paralelamente, 40 professores estavam em corredores da Câmara Legislativa. O grupo diz estar em greve de fome como protesto contra a suspensão dos reajustes.

Diretor do sindicato, Kleber Soares diz que o ano letivo não terminará se o governador Rodrigo Rollemberg não negociar com a categoria de forma justa. Ele classificou como "truculenta" a ação do governo para discutir o retorno das atividades.

"O governador manda os policiais militares agirem de forma violenta com os professores, sendo que somos todos trabalhadores. Não adianta o GDF vir com ameaças e achar que esse tipo de ação vai nos calar. Nossa luta é justa e legal, diferentemente desse governo que trabalha com ilegalidade", declarou.

A categoria entrou em greve no dia 15 de outubro. Segundo o sindicato, 70% dos 33 mil servidores estão parados. Com a paralisação, as aulas nas escolas públicas, técnicas centros de língua e escola de música estão suspensas. Ao todo, são 470 mil alunos.

Professores também pedem o pagamento integral do 13º de novatos e o respeito à jornada de trabalho. A greve foi considerada ilegal pela Justiça. A multa por descumprimento já supera R$ 10 milhões.

Esta é a terceira assembleia organizada pela classe após o confronto com a PM no Eixão Sul no dia 28 de outubro, quando quatro professores foram presos. O confronto virou motivo de sindicância determinada pelo governador.

Em entrevista, Rollemberg havia dito que apoiava a ação da PM, mas que eventuais excessos seriam apurados. O então secretário de Segurança Pública, Arthur Trindade, pediu demissão por não concordar com a ação da PM

No dia 29, os professores marcharam pela EPTG e pela marginal da via de Taguatinga é a residência oficial de Águas Claras para protestar contra a suspensão do reajuste e da ação da polícia.

No mesmo dia, o GDF publicou decreto autorizando o corte de ponto dos servidores em greve consideradas ilegais pela Justiça. A medida determina que os secretários registrem os dias parados para que seja feito o desconto dos dias não trabalhados.

GREVES EM ANDAMENTO
O governador Rodrigo Rollemberg suspendeu a última parcela dos reajustes sob a alegação de falta de dinheiro em caixa para os repasses. O impacto até o final do ano seria de R$ 400 milhões, de acordo com o Executivo. A medida teve repercussão negativa entre as categorias.

A suspensão dos reajustes integra um pacote anticrise, que traz ainda aumento nas tarifas de ônibus e metrô, implantação de um plano de demissão voluntária nas empresas públicas, aumento de impostos e nos valores de entrada do zoológico e dos 13 restaurantes comunitários. O DF tem 141 mil servidores públicos.

Médicos
A categoria entrou em greve no dia 8 de outubro, junto com diversos outros servidores públicos. O sindicato disse não ter uma estimativa da adesão. Ao todo, a rede pública tem 4,6 mil profissionais. A parcela de reajuste salarial suspensa tinha índice de 5%.

Com a paralisação, atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas estão suspensas. Médicos também pedem fiscalização de programas de residência, reestruturação do plano de carreira, garantia de medicamentos e insumos necessários ao trabalho, respeito à fila de transferência dos profissionais e pagamento de horas extras.

A greve foi considerada ilegal pela Justiça.

Professores
A categoria entrou em greve no dia 15 de outubro. Segundo o sindicato, 70% dos 33 mil servidores estão parados. A parcela de reajuste salarial suspensa tinha índice de 3,5%.

Com a paralisação, as aulas nas escolas públicas, técnicas centros de língua e escola de música estão suspensas. Professores também pedem o pagamento integral do 13º de  novatos e o respeito à jornada de trabalho.
A greve foi considerada ilegal pela Justiça.

Metroviários
A categoria entrou em greve no dia 3 de novembro. De acordo com o sindicato, 75% dos 1,2 mil trabalhadores estão parados. Eles cobram o reajuste suspenso, de 9%.

Com a paralisação, o serviço passou a funcionar parcialmente: 60% dos trens rodam e apenas no horário de pico – entre 6h e 9h e entre 17h30 e 20h30. Os metroviários pedem ainda a convocação dos aprovados no concurso de 2013; execução dos projetos de modernização do sistema; e redução do número e valor de contratos de terceirização.

A categoria se reuniu com a direção da empresa para audiência de conciliação no dia 4 de novembro. Não houve acordo.

Servidores da Novacap
A categoria entrou em greve no dia 3 de novembro, mas, diferentemente das outras, não cobra o pagamento de reajustes salariais. Os servidores pedem reposição inflacionária, que dizem ser de 10%.

De acordo com o sindicato, 80% dos 2,2 mil servidores aderiram à greve. Com a paralisação, estão suspensas podas e recuperação de asfalto. A greve não foi judicializada.

Servidores da CEB
A categoria entrou em greve no dia 9 de novembro, mas, diferentemente das outras, não cobra o pagamento de reajustes salarias estabelecidos em 2013. Eles querem maior índice no reajuste, aumento do piso da categoria – atualmente de R$ 811,72 –, pagamento de auxílio transporte e auxílio creche e fornecimento de indenização no caso de morte ou invalidez permanente.

De acordo com o sindicato, serão mantidos os serviços essenciais e um quadro mínimo para que a população não seja prejudicada. A paralisação não foi judicializada.

Servidores do Ibram
A categoria entrou em greve no dia 8 de novembro. Os servidores cobram o reajuste suspenso, de 16,41%. Não há estimativa de adesão.
Com a paralisação, estão fechados 10 dos 12 parques urbanos – apenas o de Águas Claras e o do Sudoeste permanecem em funcionamento. A greve não foi judicializada.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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