Os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram, em assembleia na manhã desta quinta-feira (12), suspender a greve da categoria. A paralisação havia sido deflagrada no dia 15 de outubro e já durava 28 dias. Os professores devem voltar às aulas nesta sexta-feira (13).
O fim da greve aconteceu após reunião entre professores o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que aconteceu na noite desta quarta-feira (11). Durante o encontro, o governo do Distrito Federal e os professores definiram não cortar o ponto dos docentes pelos dias parados e que os dois lados vão definir um calendário de reposição de aulas.
Também foi decidido que o GDF e os professores continuarão negociando questões como o reajuste de salário (o GDF quer realizar em outubro de 2016 e os professores querem para o início do ano que vem) e o pagamento de retroativos (que o governo havia sugerido pagar em 2017, mas isso ainda será discutido por uma Comissão de professores e o Executivo).
De acordo com presidente do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, Rosilêne Corrêa, a disposição em abrir negociações e o fim do ano letivo pesaram na decisão: "Dos 40 integrantes do comando de greve, apenas cinco decidiram por continuar com a greve".
Mesmo com a volta às aulas, os professores continuarão em "estado de greve" e devem fazer uma nova assembleia na primeira semana de aulas de 2016. "Há grandes chances de greve", afirma o diretor do Sinpro-DF, Cláudio Antunes.
O Sinpro-DF aponta que cerca de 80% dos professores da rede pública aderiram à greve. Ao todo, são 30 mil docentes.
Confrontos e greve de fome
A greve de 28 dias dos professores do DF foi marcada por confrontos entre docentes e policiais, discussões na Justiça e uma greve de fome.
Os dois dias mais tensos da paralisação aconteceram em 28 de outubro e 11 de novembro, quando houve confronto entre manifestantes e policiais.
Nesta quarta (11), um grupo de cerca de 40 professores chegou a entrar em greve fome e ocupou o quinto andar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O protesto durou 15 horas e acabou após a reunião com Rollemberg.
"Nós temos certeza que após 15 horas de greve de fome, nós cumprimos a nossa missão. É triste saber que precisamos chegar a esse para sermos ouvidos" disse a professora Nilza Cristina, que participou do ato. Durante assembleia desta quinta, os professores foram aplaudidos.
O GDF e os professores também se enfrentaram na Justiça. No dia 20 de outubro, o TJDFT apontou como ilegal a greve dos professores e definiu uma pena de R$ 400 mil por dia parado. O Sinpro-DF tentou entrar com recurso, mas a decisão foi mantida na noite desta quarta-feira (11). Porém, a multa foi abonada na reunião desta quarta (11).
Fonte: UOL