Os professores da rede particular de ensino da Capital se uniram a mobilização para lutar contra a reforma trabalhista, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB), nesta sexta-feira (28).
Desde as 8h, professores de seis escolas particulares se reuniram na Praça Ipiranga, Centro de Cuiabá, marcando presença no ponto de concentração do "grande ato" contra as propostas em tramitação no Congresso Nacional, consideradas como um ataque aos direitos trabalhistas.
Segundo a presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB) e representante do sindicato da Rede Privada, Nara Teixeira, a adesão de empresas privadas à paralisação é inédita para a mobilização.
“Todas as categorias querem demonstrar o que significa a reforma. E esses professores vem a somar com a luta que é de todos os trabalhadores”, disse ao Circuito Mato Grosso.
Para dar força ao movimento e conscientizar a população sobre as reformas que estão sendo aprovadas no Congresso alterando as Leis Trabalhistas, esses professores se propuseram a dar uma aula na praça com históricos das lutas trabalhistas no Brasil, por exemplo.
O professor de história, Rafael Nogueira, dá aula em um colégio particular e junto com os colegas de profissão vão compartilhar os conhecimento na aula pública.
“Nossa ideia é compartilhar o conhecimento com utilidade na vida prática, observações críticas sobre nossa realidade. Aqui, temos essa oportunidade de dividir isso com mais gente do que as que estão na sala de aula. A greve está acontecendo e os professores não estão em casa, nós estamos na rua mobilizando, atuando. Então, a greve também tem o processo pedagógico e a gente quer aproveitar essas oportunidade”, afirmou o professor.
Rafael explicou que “apesar do mito das escolas particulares”, há também estudantes filhos de pais assalariados, e que independente das classes trabalhistas, há um diálogo entre os alunos e os pais nas escolas, em que nem sempre se está de acordo com as mobilizações.
“Em todo o País há a adesão de escolas particulares que estão participando do movimento, algumas apoiam outras não. Nós dialogamos com pais e alunos e temos opiniões diversas sobre isso [a greve geral], mas entendemos que é uma hora de agir como trabalhador que dá aula pra filhos de trabalhadores”, justificou.
Rede pública
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep), Henrique Lopes, revelou que a paralisação nas escolas de ensino público é geral, tanto na Capital quanto no interior.
“Praticamente em todas as cidades há algum tipo de mobilização. Nossa expectativa é no ato, na Praça Ipiranga. A convocação vem sendo feita há mais de 30 dias. Portanto haverá uma grande quantidade de representantes no ato”, afirmou.
Segundo Henrique, está previsto a chegada de cerca de 400 profissionais da educação, representantes de todas as cidades do interior de Mato Grosso. “Em torno de 400 trabalhadores da educação vieram do interior do Estado para representar seus município no ato. Além disso, também há algumas caravanas se deslocando aqui pra Cuiabá, num entorno de 200km”, relatou sobre a organização.
Quanto à participação de profissionais da educação privada, o presidente da Sintep considerou a importância da participação de todos como uma unidade na luta pelos direitos dos trabalhadores.
“Temos pautas diferenciadas, mas independente do setor ou local onde se trabalha, o que está em pauta é o direito dos trabalhadores. A pauta é unificada, o problema é comum a todos os profissionais. Por isso é importante todos estarem unidos para derrotarmos o desmonte do Estado que está sendo implementado pelo governo Temer“, pontuou.
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