Professores da rede estadual em Mato Grosso aprovaram, nesta segunda-feira (20) a deflagração de greve por tempo indeterminado em cobrança ao cumprimento de negociação salarial. A greve, que inicia na próxima segunda (27), foi aprovada por 80% dos 105 municípios com representação do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público).
Os docentes cobram a aplicação do plano de dobra do poder compra de 7,69%. O aumento está em lei homologada em 2013. Conforme o professor Henrique Nascimento, membro da diretoria do Sintep, a dobra foi negociada como mecanismo para equivaler o salário dos profissionais da educação ao ganho dos servidores de outras categorias e vale por dez anos.
“Historicamente, os profissionais da educação têm o menor salário do funcionalismo público, e essa lei de dobra do poder de compra serve para tentar reduzir essa diferença. Ela vinha sendo aplicada precariamente no governo de Pedro Taques (2014-2018), e o governo Mauro Mendes disse, na semana passada, que não tem condições financeiras para aplicação. Mas, tem sim”.
Ele explica que o acordo é diferente da RGA (Revisão Geral Anual), aplicada para a reposição inflacionária a cada fim de ano, índice que seria de 3,41% em 2019. “A RGA trava aplicação do acordo do poder de compra porque ela serve justamente para fazer a reposição inflacionária. A dobra seria o aumento, mas se não houve revisão salarial, a dobra não tem o efeito para o qual foi criada”.
A reportagem procurou o secretário de Comunicação, Mauro Camargo, para comentar a decisão dos professores e foi informada pela assessoria de imprensa que não haverá manifestação do governo por agora.