Os profissionais da educação do município de Cuiabá decidiram cruzar os braços a partir de segunda-feira (31), após as negociações chegar a um impasse junto a prefeitura. Os professores pedem a recomposição salarial em 12,4% e a secretaria de educação ofereceu apenas 9,31%. 47 mil alunos devem ficar sem aulas na capital mato-grossense.
A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Cuiabá (Sintep) votou em assembleia a paralização por tempo indeterminado. Além do reajuste salarial os professores pedem a realização de concurso público e a reforma das escolas municipais. “Nós pedimos um ajuste totalmente executável pela prefeitura, poderíamos pedir 18,20%, mas mesmo assim o secretariado e o próprio prefeito foram irredutíveis. Não nos restou outra opção além da greve”, explicou por telefone o presidente do Sintep, João Custório.
Cerca de 9 mil servidores da educação entre técnicos, professores e demais profissionais irão parar suas atividades. Na terça-feira (1º) está agendado um ato de protesto na porta da prefeitura de Cuiabá.
Outro Lado
Por meio de nota a prefeitura disse que manteve o diálogo com os professores “de alto nível e esperava uma maior compreensão da categoria sobre a conjuntura nacional de recessão e desaquecimento da economia, o que afeta direta e fortemente o desempenho da arrecadação municipal”.
A prefeitura alegou também que precisa respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal para conseguir honrar os pagamentos dos salários em dia. Outro argumento usado foi que a secretaria vem cumprindo todas as demais reivindicações como a concessão de licenças-prêmio em atraso, revisão de legislação; nomeação e posse de servidores aprovados em concursos anteriores.
A nota da prefeitura apelou para o ‘espírito público do Sintep’ e dos profissionais da educação do município para que reavaliem a decisão de greve. Contudo no trecho final da nota de esclarecimento a assessoria ameaça os professores dizendo que tomará as medidas judiciais “para assegurar o direito das famílias cuiabanas à educação pública, gratuita e de qualidade”.