Foto: Caio Kenji
Em meio à vegetação alta dos arredores do prédio da Escola Politécnica da USP, Ana Carolina Chagas, de 26 anos, escolheu um dos bancos mais distantes para se isolar e revisar os últimos conteúdos para a prova de português e redação da segunda fase da Fuvest, que ocorreu neste domingo (4).
"Ali tá meio agitado, não tem onde sentar", disse a jovem, apontando em direção às dezenas de candidatos que se aglomeravam em frente à entrada do prédio da Poli, completando que chegou pouco depois das 11h no local de prova.
Apesar de toda a concentração para realizar o exame, esse não é o primeiro vestibular da jovem, que escolheu a carreira de pedagogia para 2015. Ana, na verdade, já se formou na Universidade de São Paulo, após concluir o curso de ciências da natureza, e atualmente trabalha como professora de ciências no ensino fundamental.
"Estou na área de educação, e a pedagogia vai acrescentar na área profissional", explicou a professora, que pretende usar o curso também para começar a trabalhar com alunos do ensino fundamental II, que corresponde do 6º ao 9º ano.
Moradora de Embu das Artes, Ana disse que, mesmo com receio em relação às matérias de humanas, contava com a experiência de já ter sido aprovada na USP para se tornar aluna da instituição mais uma vez.
"Estou confiante. Não estou estudando tanto esse ano, mas, como tenho experiência, estou tranquila", afirmou Chagas.
Outra grande preocupação da candidata era em relação às obras obrigatórias do vestibular da Fuvest – uma das exigências mais fortes da prova, de acordo com outros vestibulandos, entrevistados pelo G1 horas depois da conversa com Ana.
Mesmo assim, ela caprichou nos resumos a respeito dos livros e, naturalmente, disse que iria se garantir em química e biologia, mas tem pouco de medo em relação à prova de história.
Aluna de escola pública e aparentando estar orgulhosa do diploma já conquistado na USP, Ana Carolina deixou como conselho a outros candidatos a perseverança, principalmente se o objetivo é conseguir entrar em uma faculdade pública.
"Pode parecer uma coisa distante para as pessoas, mas vale tentar. Vim de escola pública, não conseguir entrar direto, mas fiz cursinho. Vale a pena sim", disse.
Fonte: G1