Cidades

Problemas continuam após greve na saúde pública de Cuiabá

Foto Ahmad Jarrah

Depois de 17 dias de paralisação, médicos de Cuiabá ainda enfrentam os obstáculos da falta de estrutura e condições de trabalho nas unidades de saúde da Capital. Após uma liminar proferida pela desembargadora Maria Helena Póvoas, que obriga 100% da categoria a voltar às atividades, profissionais do ramo ainda continuam em estado de greve, sem saber ao menos quando os acordos firmados com a prefeitura serão cumpridos.

Em negociações com o Executivo municipal desde 2009, antes mesmo de o atual prefeito Mauro Mendes (PSB) assumir o cargo, a categoria afirma que houve poucos avanços e muitas promessas durante este período. Entre os dez principais itens exigidos pela classe médica, apenas um foi devidamente cumprido, o que se refere ao pagamento adicional de insalubridade de 40%. No entanto, o acordo não gerou efeitos na prática do exercício e do atendimento à população.

Entre os itens que geram maior comoção, tanto na população quanto na classe médica, está a falta de condições de trabalho. Não é de hoje que denúncias relativas a isso gira em torno das unidades de saúde da Capital. Seja pela falta de médicos nas policlínicas, UPAs e Pronto-Socorro, equipamentos e até produtos de limpeza, a classe expõe a revolta sofrida diariamente nos locais de trabalho.

Segundo o coordenador financeiro do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Breno Rocha, os problemas chegam a ser inimagináveis devido ao alto índice de insalubridade tanto para os profissionais quanto para os pacientes da rede pública.

“Há unidades com problemas de infiltração e fossa que, por vezes, chega a transbordar. Isso gera falta de limpeza, pois nem os materiais a prefeitura é capaz de providenciar para a higiene adequada do local”.

Outra denúncia que o sindicalista é com relação às condições ermas de trabalho dos médicos. Através de imagens, ele mostra os ‘aposentos’ dos profissionais da área de saúde e a situação dos móveis disponibilizados nas unidades: “Tem profissionais que, depois de muitas horas de plantão, são obrigados a dormir no chão por conta da falta de camas nos locais. Além disso, há cadeiras, onde pacientes sentam, totalmente rasgadas. Já denunciamos diversas vezes estas condições, mas nada é feito para resolver. A prefeitura simplesmente responde que tudo já foi feito, mas não há nada sanado até hoje”.

Rocha frisou o transporte oferecido aos pacientes, assunto repercutido na edição 527 do jornal Circuito Mato Grosso. A prefeitura até hoje não resolveu o problema dos veículos. Ao que tudo indica, há prioridade na locomoção de outros setores do Executivo a atender as necessidades de pacientes que muitas vezes se encontram em estado crítico de saúde.

“Há também a questão das ambulâncias que a prefeitura compra para o transporte dos pacientes. Eles acham que Fiorino é um automóvel adequado para o transporte de todos, mas não é. Só para se ter uma ideia, eles não possuem nem ar-condicionado. No calor de Cuiabá, funcionários e pacientes têm que se contentar com um ventilador instalado dentro do veículo. É um transporte de mínima qualidade”.

A superlotação das unidades de saúde também é algo recorrente. A denúncia igualmente foi feita na edição 538 do jornal, que apontava as condições de atendimento do Pronto-Socorro da Capital. Embora a denúncia tenha sido feita por diversas vezes, nada foi mudado até então.

“Os corredores estão sempre lotados. Há salas com a capacidade de oito pessoas que são ocupadas por até 30 pacientes, que ficam amontoados em macas e até colchões instalados no chão, pois não há espaço para todos”.

Leia reportagem na íntegra

Noelisa Andreola

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.