O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, emitiu nesta segunda-feira (22) um comunicando informando que está participando de várias reuniões com o Governo do Estado, em busca de medidas que defenda os comerciantes, porém destaca que o colapso na saúde, ocasionado pela Covid-19, é preocupante, podendo piorar nos próximos 60 dias, e não descarta lockdown.
Durante as reuniões, de acordo com Wenceslau, o Governo se comprometeu a não decretar a antecipação de feriados antes da próxima sexta-feira (26).
Apesar de continuar lutando pelos comerciantes, que permanecem sendo afetados pelos efeitos da pandemia, a Fecomércio destaca o avanço da Covid-19, a falta de leitos nos hospitais, tanto públicos quanto privados, o risco de desabastecimento de oxigênio, medicamentos e insumos.
“Neste momento, não importa o sobrenome ou a conta bancária: se alguém precisar de hospital, tem chances mínimas de conseguir. Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Teremos 60 dias muito críticos com a perda de muitas vidas”, diz trecho do comunicado.
O presidente destaca que aumentar o índice do isolamento social não significa o fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades. Ainda no comunicado, José Wenceslau comenta sobre a possibilidade de que o governador Mauro Mendes (DEM) possa decretar lockdown.
Confira o comunicado na íntegra:
Amigos comerciantes,
Nos últimos dias participei de várias reuniões com o Governo do Estado para analisarmos os cenários e buscarmos novas ações para o enfrentamento da Covid-19.
Reafirmo que a Fecomércio-MT continua atuando na defesa dos interesses do setor que mais gera emprego e renda ao trabalhador e, consequentemente, que mais contribui com o estado. Nesse período de crise, as atividades do comércio consideradas essenciais tem sido fundamentais para atender a população mato-grossense.
Durante as reuniões, já conseguimos o compromisso do governo de que não serão decretados feriados antes da próxima sexta-feira (26/03).
Entretanto, é importante que todos compreendam qual é o real cenário que estamos enfrentando:
Faltam vagas em hospitais, tanto na rede pública quanto privada. Corremos risco de desabastecimento de oxigênio, medicamentos e insumos hospitalares. Temos hoje 160 pessoas aguardando UTI, mas não há leitos disponíveis. Neste momento, não importa o sobrenome ou a conta bancária: se alguém precisar de hospital, tem chances mínimas de conseguir.
Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Isso não significa fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades e, sobretudo, convencer as pessoas a buscar a própria segurança, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários.
Teremos 60 dias muito críticos com a perda de muitas vidas.
Perante esse cenário, é fácil concluir que a probabilidade de lockdown é muito grande. Para evitarmos isso, só existe uma via: manter o diálogo aberto e negociar, contribuindo com estratégias e ações.
E é isso o que estamos fazendo.
Comerciantes, lembro a todos que, graças ao nosso acompanhamento constante da atuação dos governos e posicionamento ágil, já obtivemos inúmeras conquistas para o setor, garantindo que quem cumpre as regras continue trabalhando.
Agora, vamos trabalhar para as melhores soluções coletivas. Além disso, estamos articulando também a viabilização de pleitos importantes para a sobrevivência de nossas empresas e a preservação de empregos, como extensão de prazo para o recolhimento de impostos, prorrogação de validade de certidões, auxílio aos setores mais impactados e outros.
O Sistema Fecomércio segue atuando. Manteremos informados assim que tivermos mais detalhes.
Cuiabá, 22 de março de 2021
José Wenceslau de Souza Júnior
Presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/IPF-MT