Cidades

Prima de Emanuel assume coordenadoria de Educação Especial e causa revolta

Foto Reprodução

Representantes da Associação Amigos dos Autistas de Cuiabá (AMA) estão descontentes com a decisão da Prefeitura de Cuiabá em trocar o comando da coordenadoria de Educação Especial na Secretária Municipal de Educação.

O peemedebista nomeu sua prima, Francisca Pinheiro, para ocupar a função que até então era responsábilidade da professora Magda Maria de Barros.

Uma das diretoras da entidade, Mariana Corral, afirmou que foi uma mudança radical, uma vez que a antecessora de Francisca Pinheiro possui mais de dez anos de experiência com Educação Especial.

Além da mudança, a diretora também aponta que até o momento, cerca de 150 crianças especiais ainda não começaram as aulas na rede municipal de ensino, por falta de cuidadores. 

“A criança deveria começar o ano letivo junto e não começou. Está um empurra-empurra na secretária, não atende, aí passa para um depois passar para outro”, relatou.

Reunião polêmica

A diretora da AMA também contestou a postura de Francisca Pinheiro durante a última reunião entre a direção da associação e a coordenadora, realizada no dia 14 deste mês. Corral afirma que ela teria se apresentado como prima do gestor municipal e que “só estava ali para aguardar aposentadoria”, o que teria gerado a indignação dos pais.

Corral relatou que Emanuel também participou da reunião, mas, por ter chegado atrasado, não presenciou a cena. O gestor, durante a reunião, teria determinado que Francisca Pinheiro resolvesse os problemas apresentados pelos pais até na última terça-feira (21), à Francisca, para que resolvesse os problemas apontados pelos pais. 

No entanto, nenhuma solução foi trazida até o final desta semana. Segundo a diretora da associação, o Executivo municipal esperou muito para começar a agir e prejudicou o início do ano letivo das crianças especiais.

“Eles informaram que esse problema está acontecendo, pois não tinhámos profissionais suficiente. Isso não é verídico, eles deixaram para chamar os profissionais depois dessa reunião no dia 14. Tivemos que esperar duas reuniões brigando para depois contratar”, declarou.

Transporte de autistas

Outro ponto preocupante para a associação é o transporte precário que estaria sendo ofertado a um dos assistidos. O aluno autista, que perdeu a mãe e o irmão necessita do transporte especial, pois não possui a planta do pé.

O garoto estaria sendo levado para a escola às 12 horas e saindo às 16 horas, o que impossibilita a participação da criança em outras atividades com os colegas.

 

A representante da AMA argumenta também que o horário determinado pela Secretaria de Educação dificulta a criança de ter uma alimentação adequada.

“Isso é falta de respeito com a criança deficiente. Ela é autista, mas tem seus direitos. A AMA não está inventando nada,” afirmou.

Outro lado

Francisca Pinheiro confirmou ao Circuito Mato Grosso que é prima de Emanuel, mas negou que tenha se colocado como parente dele, durante a reunião. Ela alega que foi apresentada por uma colega como familiar do prefeito e que tem, sim, experiência e capacidade para ocupar o cargo.

Ela afirma ter trabalhando por 12 anos como diretora da Escola Maximiliano Arcanjo da Cruz, na Escola Antônia Tita Maciel de Campos e em outra unidade de ensino.  A líder ainda afirma que não depende de Emanuel para exercer o cargo, pois tem “conhecimento amplo de direção, inclusive na educação especial”.

Francisca ainda afirmou que o prefeito não sabia que ela estava no cargo, pois teria sido convidada por uma professora identificada apenas como Laura. A prima de Emanuel disse também que ficaria em outro setor, mas como houve uma “desistência de contrato” com a antiga líder de educação especial, foi convidada para ficar no lugar.

“Eu tenho histórico, não preciso ser prima de Emanuel para estar no cargo que estou hoje. Nesse dia da reunião ele ficou surpreso, pois não sabia que eu estava lá e falou: ‘nossa nem sabia que a Francisca estava aqui na Educação’”, relatou.

Sobre o suposto “empurra-empurra” dentro da Secretaria de Educação de Cuiabá, Francisca disse que nunca se eximiu de atender os pais e que está de portas abertas para o diálogo.

“Chego às 6h30min. e saindo 20 horas da Secretaria. Das duas vezes em que estiveram aqui, eu estava na reunião e nunca me eximi de atendê-los”, afirmou.

Já a respeito do transporte dos alunos, o coordenador de transportes da Secretaria de Educação, Ney Alves, afirmou que realizou o transporte do aluno especial apenas uma vez e que está estudando as rotas.

“Já falei com a CAD, a gente pode buscar ele um pouco mais tarde. Mas é uma questão de ajuste. Não tem um ônibus exclusivo para este aluno, são 21 alunos que precisamos atender”, disse.

Felipe Leonel

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