Nas cinco cidades visitadas pelo projeto Araguaia Cidadão, realizado entre os dias 4 e 16 de novembro, as filas eram gigantescas quando anunciavam a doação de roupas e brinquedos. Idosos, adultos e jovens que estavam buscando serviços nas escolas também aproveitavam para garantir sua peça de roupa de frio, bermudas e toalhas. As crianças também se enfileiravam para receber bonecas, aviões, carrinhos e amoebas.
As entregas eram feitas sem hora marcada para conseguir alcançar as pessoas que realmente estavam usufruindo dos serviços da expedição. Cada vez que era montada a barraca de doação, uma fila com cerca de 400 ou 500 pessoas surgia dentro de minutos. Todo o movimento era organizado pela equipe de voluntários da Defesa Civil, uma das parceiras do projeto.
De acordo com o Sargento Bruno, responsável pelos voluntários, mais que a doção, o principal objetivo era o zelo pela segurança das pessoas que estavam ali em busca do donativo. Para isso, em cada um dos locais foi montada estrutura organizada de forma a evitar tumulto, coibir aqueles que tinham a intenção de “furar fila” e, principalmente, para atender quem realmente tinha necessidade de receber os produtos. Ele ressaltou ainda que já houve caso de ter cerca de 2000 pessoas na fila para receber roupas e, mesmo assim, o trabalho sempre foi feito com muita eficiência.
“Tudo acontece a contento e nunca tivemos um incidente nesses mutirões realizados pelo Poder Judiciário. A estrutura é montada em local seguro e à sombra, e são destacados voluntários para fazer isolamento, evitar tumulto e retirada de material fora da fila. Todo o trabalho é feito pensando na total segurança de quem está no evento buscando seu produto”, explicou.
Em Luciara (1.100 Km de Cuiabá), Jaci Pereira dos Santos, foi a primeira da fila para receber os produtos. Ela contou que desde que ouviu no microfone que seriam ofertados os produtos, ela se posicionou logo no início da fila, juntamente com sua filha, e, até o início da entrega dos produtos, esperou cerca de 30 minutos e percebeu a tranquilidade com que tudo foi conduzido.
“Estou muito feliz ganhei conjunto de frio, bermuda que vou dar para meu esposo, e toalha de banho. Quando me avisaram eu corri logo pra fila porque fiquei preocupada com o tanto de gente que viria também, mas percebi que está tudo tão tranquilo que até dá gosto”, contou Jaci.
A juíza Janaína Almeida, coordenadora local do Araguaia Cidadão, e o juiz José Antonio Bezerra Filho, coordenador geral do projeto, destacaram o quanto é tranquilizador saber que mesmo com muitas pessoas na fila, a organização não deixa o evento ser tumultuado.
“Esse é um trabalho incrível e maravilhoso. Um evento totalmente feito para o povo e muito organizado. Quando eu cheguei ao estande de doação, a fila já estava enorme e as pessoas estão respeitando uma às outras e também às regras da Defesa Civil, fazendo com que essa grande festa seja perfeita. Em comunidades carentes como essas que temos aqui no Araguaia, percebemos que o que era para ser a exceção da exceção, acaba sendo praticamente a regra. Eu fiquei realmente emocionada em saber que ajudamos tantas pessoas que estavam precisando não só com doações, mas também com ofertas dos serviços básicos como acesso à justiça, título de eleitor, confecção de identidade, entre outros” , ressaltou Janaína.
O Araguaia Cidadão é um projeto do Poder Judiciário de Mato Grosso que tem como objetivo levar serviços do Judiciário, de saúde e cidadania para a população de locais carentes por conta da distância dos grandes centros. Para tanto ele conta com parceiros do Estado, do Município e da União. As roupas somaram 3,6 toneladas foram ofertadas pela Receita Federal, já os brinquedos foram doados pelas juízas Janaína Almeida e Marina Carlos França.
Os donativos foram entregues nas cinco cidades visitadas pelo Araguaia Cidadão nesta segunda etapa, quais sejam, Santa Terezinha, Luciara, São Felix do Araguaia, Novo Santo Antônio e Cocalinho.