Cidades

Prevendo falta d’água, projeto visa cuidar de nascentes em Cuiabá

Nesta quarta-feira (22), Dia Mundial da Água, é preciso se conscientizar sobre a importância desse elemento primordial a saúde e a qualidade de vida. Em dados divulgados em 2015, ainda não atualizados, Cuiabá era a 4ª cidade brasileira que mais desperdiça água tratada. 

O estudo foi divulgado pelo Instituto Trata Brasil e diz que 65,31% da água distribuída na Capital é perdida, e o principal motivo do desperdício são os vazamentos. Ou seja, a cada 100 litros, 65 litros são perdidos no processo de distribuição.

De olho nesse cenário, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Universidade Feral de Mato Grosso (UFMT) apresentaram um balanço na manhã desta quarta-feira (22) sobre o Projeto “Água para o Futuro”, que busca preservar e recuperar nascentes localizadas em Cuiabá. 

Além do desperdício na distribuição, há ainda a degradação das nascentes na Grande Cuiabá. As nascentes são responsáveis pelo início do curso de rio, responsável por grande parte da água potável.

No projeto, até o momento, foram identificadas 117 nascentes na Grande Cuiabá e apenas 1,5% delas estão preservadas . De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Umidas (INAU), Abílio Moraes, a degradação das nascentes contribui para a falta de água em Cuiabá.

“Isso acontece principalmente pela ocupação irregular de solo e o crescimento desordenado. Essas nascentes deixam de exercer suas funções ecológicas, que é fornecer água.E quando há a degradação, a água fica cada vez mais escassa”, afirma o pesquisador e um dos atuantes do projeto.

Atualmente, o Ministério Público possui 25 inquéritos civis instaurados para apurar os danos ambientais e as responsabilidades pelas irregularidades cometidas. São os casos, por exemplo, das nascentes do Córrego Barbado, onde está localizado o Hospital Central; a do Córrego Gumitá, onde está o Hospital do Câncer; a do Córrego Quarta-Feira, nas proximidades da  Rodoviária; e a do Córrego Bangue, na MT-010.

Segundo o promotor de Justiça do MPE, Gerson Natalício Barbosa, a situação de Cuiabá e extremamente preocupante.

"De 2008 para cá, já perdemos cerca de 46% das nascentes, aterradas por empreendimento ou invasões; das identificadas, cerca de apenas 2% estão preservadas. Isso pode levar a perda do abastecimento hídrico  pelo sistema superficial, ou 'fio d'água’. Para quem pensa que é exagero, basta lembrar a situação de dois grandes centros políticos e financeiros de peso, São Paulo e Brasília, em crise hídrica, abastecidos por lagos de inundação, já atingidos pelo racionamento e desabastecimento", ressaltou.

Projeto

Além do balanço apresentado na manhã desta quarta-feira, foram lançadas duas ferramentas para buscarem assegurar o envolvimento da sociedade nesta luta. No website do projeto o cidadão encontrará informações gerais sobre nascentes, sistema de captação de água e abastecimento e terá a chance de participar de um chat de bate papo com a equipe técnica para tirar dúvidas, fazer denúncias e dar sugestões sobre o tema.

Já o aplicativo, desenvolvido para smartphone, possibilitará ao cidadão enviar imagens ou filmagens de nascentes ao Ministério Público. O material será analisado pela equipe técnica do projeto. Caso a nascente seja homologada no mesmo aplicativo há como acompanhar o monitoramento e o tratamento que está sendo dado a área. É possível também visualizar detalhadamente todas as nascentes catalogadas.

“Com a criação do APP a sociedade pode contribuir com a identificação de novas nascentes ou monitorando nascentes já mapeadas”, diz Abilío Moraes. 

Água potável

Exemplo de uso consiente e preservação da água, é a empresa Purissima, onde fonte é a localizada no Vale do Rio São Lourenço, município de Dom Aquino (a 162 Km de Cuiabá). A Fonte possui a maior vazão de água mineral envasada do planeta, pouco mais de um milhão litros de água mineral por hora.

A marca, em homenagem ao dia da água, lançou um vídeo institucional falando da importancia do bem. (Confira abaixo)

Cintia Borges

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