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Presos cantam e gravam funk em celular dentro de presídio no RS

Um vídeo gravado com um celular dentro do Presídio Central, em Porto Alegre, mostra um grupo de presos cantando funk na chuva no pátio da cadera sem demonstrar preocupação com a presença de agentes penitenciários. As imagens, obtidas pela RBS TV, mostram que os detentos aproveitam para debochar da falta de fiscalização no local. Somente neste ano, mais de sete mil aparelhos foram recolhidos nas casas prisionais do Rio Grande do Sul."Está gravando", diz um dos presos. "Estamos aqui, 'ao vivão'. Dia de visita, dia de trote, dia de chuva, tá ligado? Grava lá. Dia de chuva, 'tamo' fechadão aí no cubículo", relata o detento que está sendo filmado.

Ele ainda ignora fato de que está na maior cadeia do estado e canta, avisando que logo vai estar na rua. "Agora só falta um mês. Logo, logo, vai chegar a minha, eu vou poder gritar, eu vou poder gritar, vender meu alvará. Eu retorno para o 'morrão', e os mano onde que estão? Que saudade do timão, que saudade do morrão. E conta para mim como está lá fora, fim de semana, na hora agora", cantou.Depois de assistir ao vídeo, a Brigada Militar, responsável pelo presídio, identificou a galeria onde a gravação foi feita."Eu constatei a galeria a que pertence o preso, de onde ele estava falando, e agora cabe a nós tomar todas as providências que estão previstas nas execuções penais", avalia o capitão Miguel Godoy.

Somente no Presidio Central, foram apreendidos 1.462 celulares neste ano. Uma média de um aparelho para cada três presos. E muitos deles foram arremessados do lado de fora para dentro da penitenciária. Os telefones são jogados para o Central até mesmo em galões e garrafas pet. Com visitantes, os policiais encontraram celulares dentro de tênis."Nós temos três maneiras. Seria pela sala de visitas, que o percentual não é muito grande. Nós temos pelos próprios funcionários, isso já aconteceu, nós não podemos negar, mas a maioria das vezes é pelo arremesso. Nós temos uma dificuldade muito grande pela questão dos muros, que são muito próximos das avenidas, das casas, das pessoas que moram aqui na redondeza", completa o capitão.

No total, nas cadeias gaúchas, foram apreendidos 7.509 celulares neste ano. A Superintendência dos Serviços Penitenciários do estado (Susepe-RS) analisa instalar bloqueadores dentro das casas prisionais.Os testes começaram na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC)."Fizemos vários testes lá, com empresas americanas, chinesas, israelenses, e até agora nenhuma nos deu o resultado 100% eficaz. No mês de dezembro a gente já está contratando outra empresa para fazer uns testes, uma empresa espanhola. Se, tendo um resultado 100% positivo de bloqueio, aí certamente a gente vai atrás e vai contratar", explica Irineu Koch, superintendente adjunto da Susepe.Segundo a polícia, a maioria dos presos que utiliza celulares nos presídios comanda crimes de dentro da cadeia. 

G1

Redação

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