O pintor de paredes Luiz Alberto Agostinho, de 27 anos, foi preso na tarde desta terça-feira (3) em São Vicente, no litoral de São Paulo. Ele é suspeito de atropelar e matar a adolescente Giovanna Bernardini Miron, de 16 anos, na altura do Km 280 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. O rapaz foi detido após a Justiça expedir contra ele um mandado de prisão, na sexta-feira (30).
O crime ocorreu no dia 19 de dezembro do ano passado. Giovanna e o namorado tentavam atravessar a rodovia quando foram atropelados. O motorista não prestou socorro e, segundo testemunhas, xingou as vítimas. Os jovens foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, em Praia Grande. A adolescente, que estava grávida de um menino, não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o namorado, apesar de ter sofrido apenas ferimentos leves, ficou em estado de choque.
Luiz Alberto foi detido no 3º Distrito Policial (DP) de São Vicente, pelo delegado Norberto Donizeti Bergamini. A polícia já havia tentado prendê-lo outras duas vezes, sem sucesso. “Assim que o juiz concedeu a prisão, os nossos policiais foram até a residência dele, mas não o localizaram, nem na sexta (30) nem no sábado (31). Na segunda-feira (2), nós telefonamos para ele e pedimos que viesse retirar o carro, que foi submetido à perícia. Ele precisava pegar o papel da liberação aqui. Com isso, ele apareceu e, assim que assinou os papeis, foi preso”, conta Bergamini.
O delegado acredita que, com Agostinho preso, a polícia deve conseguir reunir as provas para concluir o inquérito. “A prisão temporária foi uma necessidade, para juntarmos mais provas. Com isso, serão feitas as diligências para a finalização do inquérito o mais rápido possível. Afastando o suspeito do local onde vive, as pessoas poderão se apresentar para prestar depoimento com maior tranquilidade. Vamos levantar os depoimentos de outras testemunhas também. Como ele já tentou evitar a produção de provas, quando mandou consertar o carro, nós temíamos que ele pudesse perturbar essas pessoas, evitando que elas se apresentassem para depor”, diz.
Bergamini destaca que a força de novos depoimentos será essencial para fechar o caso. “Ele não tinha habilitação, estava carregando passageiros, não prestou socorro e confessou o atropelamento. Também temos provas materiais contra ele, por meio dos testes feitos pela perícia. O farol foi trocado, assim como o capô e o vidro.
Queremos saber a razão de ele ter continuado andando, se o vidro do veículo quebrou com o impacto do acidente. Os passageiros devem ter se assustado. As pessoas têm obrigação moral e ética de nos ajudar. A polícia trabalha com a sociedade e para a sociedade”, conclui.
Além do atropelamento e omissão de socorro, o suspeito deve ser indiciado por homicídio culposo – aquele em que não há a intenção de matar –, omissão de socorro e direção sem habilitação. Ele foi encaminhado para a carceragem do 5º Distrito Policial de Santos, onde irá cumprir a prisão temporária.
Fonte: G1