O presidiário Daniel Lee Lopez tem tentado acelerar sua execução desde que foi condenado à morte há cinco anos, por atropelar e matar um policial com um SUV durante uma perseguição. Na quarta (12), ele espera atingir seu objetivo.
O homem de 27 anos deve morrer em Huntsville, depois que uma corte aprovou seu pedido para desistir das apelações. Um segundo preso que deveria ser executado esta semana no Texas, o estado dos EUA mais ativo no cumprimento da pena de morte, conseguiu um adiamento na terça.
Lopez irá receber uma injeção letal pela morte, em 2009, do tenente Stuart Alexander, em Corpus Christi. O oficial, de 47 anos, estava de pé em um gramado, ao lado de uma rodovia que havia acabado de sinalizar, quando foi atingido pelo veículo utilitário no qual Lopez estava fugindo.
Na semana passada, no corredor da morte, Lopez disse: “é uma perda de tempo ficar sentado aqui. Sinto que tenho que acabar com isso”.
Advogados de defesa se recusaram a aceitar suas intenções, questionando a decisão da corte federal de que Lopez era mentalmente competente para se voluntariar à execução. Eles apelaram à Corte Suprema dos EUA para suspender a pena, argumentando que seu crime não era passível da pena de morte porque ele não teve intenção de matar o policial, e que Lopez tinha distúrbios mentais e estava usando o estado para realizar seus antigos desejos de cometer suicídio.
“Está claro que Lopez teve a permissão de usar o sistema legal em outra tentativa de tirar a própria vida”, disse o advogado David Dow à corte.
Lopez, que também escreveu cartas a um juiz federal e pediu que sua execução fosse levada adiante, disse que uma suspensão da Corte Suprema seria “decepcionante”.
“É louco que eles continuem apelando, apelando”, ele disse na semana passada ao se referir aos esforços de seus advogados. “Expliquei isso a eles diversas vezes. Acho que eles querem ser pagos por apelar”.
Lopez foi devidamente examinado por um psicólogo, testemunhou em uma audiência em uma corte federal sobre seu desejo de abandonar as apelações e foi declarado livre de distúrbios mentais, disseram advogados do estado sobre a recusa no adiamento da execução.
Crime
Alexander foi policial durante 20 anos. Sua morte aconteceu durante uma perseguição que começou pouco depois da meia-noite de 11 de março de 2009, após Lopez ser abordado por outro policial por ultrapassar um sinal de pare em um subúrbio de Corpus Christi. Autoridades dizem que ele dirigia a cerca de 100 km/h.
Lopez lutou com o policial que o abordou e fugiu. Ele bateu em diversas viaturas, dirigiu em alta velocidade com os faróis apagados e atingiu Alexander como “uma bala em um alvo”, segundo um oficial que testemunhou em seu julgamento, em 2010.
Quando foi finalmente cercado por viaturas, Lopez acelerou seu SUV contra elas, tentando escapar, e só foi controlado após ser baleado, de acordo com o testemunho de policiais.
“É um pesadelo horrível”, disse Lopez do corredor da morte. “Eu o reprisei em minha mente muitas vezes”.
Investigadores encontraram dezenas de pacotes de cocaína e uma pequena balança em um compartimento falso no console do SUV.
Registros mostram que Lopez estava em liberdade condicional na época, após se declarar culpado por comportamento indecente com uma criança no condado de Galveston, e que era fichado como agressor sexual. Ele tinha outras prisões por agressão.
Lopez pode ser o décimo prisioneiro executado este ano no Texas. Nacionalmente, 18 pessoas foram executadas, sendo mais da metade delas no Texas.
Na terça, outro preso no corredor da morte, Tracy Beatty, de 54 anos, recebeu um adiamento da Corte de Apelações Criminais do Texas. Ele deveria receber uma injeção letal na quinta. Beatty está no corredor da morte pela morte de sua mãe de 62 anos, Carolyn Click, na cidade de Tyler, em 2003.
Ao menos sete outros prisioneiros no Texas têm suas execuções programadas para os próximos meses.
Fonte: G1