A prisão do pedreiro Edinei Honorato Lopes, 31 anos, conhecido também por “maníaco do telefone” aconteceu após dois meses de investigações da Deddica, iniciadas com a operação denominada “Ligações Perigosas”.
O pedreiro é obreiro da Igreja Assembleia de Deus, no bairro São Matheus, em Cuiabá. Ele recebeu voz de prisão em uma oficina mecânica, no bairro Jardim Imperial, em Várzea Grande, onde realizava uma reforma.
De acordo com a delegada da Deddica, Alexandra Fachone, o pedreiro é autor de diversas ameaças de morte e constrangimentos praticados contra adolescentes de 12 a 17 anos, dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. “O número de telefone que ele usava para praticar as reiteradas ameaças de morte e constrangimentos contra as vítimas era monitorado pela Polícia Civil há mais de vinte dias”, disse a delegada.
A delegada informou que o “maníaco” foi preso na posse de um celular, com mensagens ameaçadoras registradas, fotos e vídeos pornográficos de adolescentes vítimas, que eram constrangidas a produzir e enviar a ele cenas de nudez, além de 8 chip’s e um cartão de memória de 250 mega. “Tem um vídeo, onde ele determinava que as meninas praticassem atos libidinosos nelas mesmas e mandassem para ele. Só que essas vítimas não procuraram a delegacia.É importante que denunciem”, frisou a delegada.
Utilizando chip’s de números diversos, o principal com final 5204, o maníaco vinha ameaçando e constrangendo aleatoriamente algumas vítimas desde fevereiro deste ano. A Polícia Civil identificou mais 25 vítimas, porém poucas procuraram a polícia para denunciar as ameaças. “Há muito mais vítimas desse maníaco e acreditamos, que com sua prisão elas se sentirão seguras e registrarão ocorrência dos crimes que sofreram”, observou à delegada.
As ameaças e constrangimentos se intensificaram a partir de julho deste ano, quando as vítimas começaram a procurar a delegacia e a Polícia Civil iniciou o monitoramento do “maníaco”, que passou a efetuar ameaças de um mesmo número telefônico e de forma reiterada. “Somente para uma das vítimas ele chegou a ligar mais de 80 vezes, apenas em uma noite”, frisou Fachone.
O agressor se identificava como produtor musical evangélico da igreja Assembleia de Deus e tinham acesso as adolescentes junto aos grupos de jovens. “Algumas adolescentes ele conhecia e acompanhava essas meninas nos cultos”, disse a delegada.
Ao ligar, o agressor descrevia características físicas das adolescentes, dizia onde estudavam, o que os pais faziam e suas rotinas. “Dados que somente alguém que as conhecessem teria ciência”, destacou. “Assim o agressor conseguia amedrontá-las a ponto de as adolescentes acabarem por fazer o que ele determinada, que era lhe enviar suas imagens nuas e vídeos praticando atos libidinosos com o uso de objetos em si”, acrescentou a delegada.
O caso é considerado pela Polícia Civil como repugnante e causou revolta nas famílias, pois o temor das adolescentes era tão grande que várias pararam de frequentar a escola e sair de casa. “Por acreditarem que ele realmente pudesse concretizar o mal que anunciava”, disse a delegada.
Em interrogatório, o acusado confessou que desde o início do ano ligava aleatoriamente para as adolescentes, porém alegou que não conhecida as meninas. Ele foi encaminhado para uma unidade prisional da Capital. O inquérito policial será finalizado em 10 dias.
Assessoria