Um casal suspeito de participação no latrocínio ocorrido em frente uma clínica no bairro Bosque da Saúde, na capital, foi preso pela Polícia Judiciária Civil, na tarde de quarta-feira (30). Os suspeitos tiveram mandados de prisão temporária decretados, nas investigações conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos e Veículos (Derrfva). A ação está inserida na operação da Secretaria de Segurança Pública Carga Máxima.
O crime aconteceu no último dia 23 de março. A vítima Ayrton de Novaes Bastos, 46, e a filha, de 26 anos, aguardavam dentro de um veículo Fox a esposa e o filho, que estavam dentro da clínica, quando dois homens armados desceram de um Pálio, preto, modelo antigo, e anunciaram o roubo.
Os suspeitos mandaram pai e filha descerem do veículo, o que foi prontamente atendido por Ayrton. A filha que estava no banco traseiro, abriu a porta e desceu do carro, gritando por socorro. Ela chegou ao veículo mais próximo, sem saber que era o automóvel utilizado pelos assaltantes. A suspeita , que estava dentro do carro, mesmo diante dos apelos da vítima, não esboçou nenhuma reação e continuou esperando os comparsas.
Em seguida, um dos assaltantes armado desferiu disparos de arma de fogo à curta distância contra Ayrton. Eles entraram no veículo da vítima, mas não conseguiram conduzi-lo, então desceram do carro e abordaram uma outra mulher que passava na rua, em um Chevrolet Prisma. A mulher, percebendo que os suspeitos estavam armados, não parou o carro e fugiu, sendo antes alvejada com disparos de arma de fogo pelos suspeitos. Os tiros atingiram o vidro lateral dianteiro do veículo e o braço da vítima.
Os suspeitos fugiram sentido ao veículo de apoio e a vítima Ayrton foi imediatamente socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Desde a data do crime, a equipe da Delegacia foi acionada e vinha buscando informações que ajudassem na identificação dos autores do latrocínio.
Segundo o delegado Marcelo Martins Torhacs, os suspeitos fugiram sem subtrair nada das vítimas. “Seja por nervosismo ou despreparo, os agentes apesar de anunciarem o assalto, não conseguiram levar nenhum objeto da vítima, matando o pai de família gratuitamente”, destacou.
Na segunda-feira (28), policiais da Derrfva encontraram o homem no bairro Santo Clara, em Várzea Grande, conduzindo um veículo Fiat Palio, roubado e com placas clonadas. O veículo não é o mesmo que foi usado no crime e estava com documento de licenciamento de veículo falso. O suspeito foi preso em flagrante pelo crime de receptação, adulteração de sinal identificador de veículo e uso de documento falso. O flagrante foi lavrado pelo delegado de plantão da Derrfva, Adriano Henrique Sanches.
Com a prisão do suspeito, os investigadores receberam informações que indicavam a outro suspeito e a sua namorada como suspeitos de participação no latrocínio. Com base nas investigações, o delegado Marcelo Martins Torhacs representou pela prisão temporária do casal, decretada pela 5ª Vara Criminal da Capital.
Segundo o delegado, trata-se de uma prisão cautelar, para garantir a investigação. “O período inicial da prisão é de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Ao final da investigação, demonstrando-se necessária, poderá ser decretada a prisão preventiva do casal”, explicou Torhacs.
Tentando encontrar um álibi, o preso, por meio de sua família e pessoas próximas, procuraram a vítima de outro roubo, alegando que o celular subtraído estava na delegacia, solicitando o seu comparecimento na unidade. “Com isso, o suspeito tentou demonstrar que estava em outro crime de roubo na noite do latrocínio. Contudo, ficou esclarecido, na Derrfva, que este outro roubo foi na noite anterior ao latrocínio, no dia 22 de março”, disse o delegado.
O suspeito confessou a autoria do outro roubo, sendo seguramente reconhecido pela vítima. Ele responderá por roubo majorado.
O delegado frisou que a Polícia Civil tem se esforçado ao máximo para apurar rapidamente esse grave crime de latrocínio. “Um pai de família foi gratuitamente morto durante um roubo, sem reagir e sem motivo algum. Sabemos que ninguém aceita esse tipo de crime, nem mesmo aqueles que, por razões diversas, hoje estão na criminalidade. Pedimos apoio à população e informantes para identificarmos o outro comparsa, bem como localizar o veículo utilizado por eles no crime”, disse.