Além do contato com as vítimas em Cajazeiras, os 15 detentos mantinham contato com outros integrantes da rede 'Okaida', grupo existente em João Pessoa. Além de extorquir empresários pela rede social, os apenados postavam fotos digitais tiradas de dentro da unidade penitenciaria. “Eles faziam isso para aparecer diante dos demais e até para tentar desmoralizar a direção da penitenciária”, disse Jailson de Matos, diretor da Penitenciária Padrão de Cajazeiras.
Jailson de Matos reconheceu que a revista íntima na unidade prisional, que tem capacidade para 150 detentos e abriga 50 a mais, é falha. “Nossa revista é pobre. Não utilizamos equipamentos sofisticados. Temos informações de que um das visitas entrou no presídio com o aparelho na região genital”, frisou.
A ação de extorsão dos apenados durou cerca de dois meses, segundo o diretor Jailson de Matos. Uma das vítimas procurou a direção e denunciou as ameaças. Após a constatação feita pela Gerência Executiva de Planejamento, Segurança e Inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), os detentos foram isolados coletivamente por, aproximadamente, 30 dias e foi instaurada uma sindicância para apurar responsabilidade.
O gerente do Sistema Penitenciário da Paraíba, Arnaldo Sobrinho, confirmou que a sindicância tem o objetivo de apurar os fatos e não descarta solicitar à Justiça a remoção dos apenados. “Quem estiver envolvido nesses atos será identificado e punido também”, afirmou.
Exclusão de perfis
Por conta da prática de extorsão, ao qual os apenados devem responder, o diretor da penitenciária Jailson de Matos, disse que eles enfrentarão restrições ao direito de progressão da pena devido ao mau comportamento na unidade. Jailson de Matos reforçou que à Justiça será informada o uso indevido da rede social no interior do presídio para que a empresa responsável pela rede social seja informada da prática de extorsão praticada pelos proprietários dos perfis.
G1