Bezerra chega a ironizar a possibilidade, questionando se o mais novo filiado da agremiação já estaria querendo “chegar por cima”, ao invés de começar com cargos menores.
Demonstrando-se enfático em não apoiar a empreitada, o deputado pondera que, internamente, o que tem sido articulado é que Eder seja postulante a uma das 24 vagas da Assembleia Legislativa. “Ele já quer chegar por cima? O que eu havia ficado sabendo é que ele iria disputar a uma vaga para deputado estadual”, pontua.
Eder se filiou ao PMDB recentemente e planeja um grande evento para oficializar o fato nos próximos dias. Ex-integrante do PR, ele abandonou a sigla ainda no ano passado, quando decidiu ir contra a decisão da agremiação de apoiar Mauro Mendes (PSB) à prefeitura de Cuiabá e se manteve ao lado do candidato de oposição, o petista Lúdio Cabral, que acabou derrotado.
Mesmo antes de se juntar à legenda peemedebista, o secretário já havia anunciado interesse em disputar o comando do Executivo no ano que vem. Agora, no entanto, ele terá que batalhar por apoio dos colegas de partido.
Presidente da AL e líder do governo no Legislativo, o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) é um dos que já havia rechaçado a ideia. “O Eder vai querer roubar o lugar da presidente Dilma (Rousseff). No que depender de mim, ele não será candidato ao Governo”, ironizou.
A maior expectativa dentro da aliança PT-PMDB é de que o juiz federal Julier Sebastião da Silva se filie a um dos partidos e concorra à sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB). Ele deve disputar contra os senadores Pedro Taques (PDT) e Blairo Maggi (PR). Contudo, até o momento, o magistrado se manteve em silêncio.
Quanto a Eder, até mesmo sua filiação não era vista com bons olhos por alguns. Romoaldo foi um destes. Além da questão política partidária, o secretário-chefe enfrentar problemas com a opinião popular.
Ele teve seu nome envolvido em suspeita de irregularidades quando foi secretário extraordinário da Copa. Um exemplo é o caso da aquisição, por cerca de R$ 14 milhões, de 10 veículos da marca “Land Rover” que serviriam para fazer a fiscalização da fronteira. Há suspeitas de superfaturamento e a Justiça chegou a decretar o bloqueio de bens dele e de outros diretores da extinta Agecopa recentemente.
Em todo o caso, se conseguir a candidatura, Eder deverá enfrentar seu algoz, o senador Pedro Taques (PDT), que já é tido como confirmado no pleito.
Além do pedetista, Blairo Maggi (PR) também é cotado para a disputa. Ele, contudo, tem resistido em confirmar se vai se candidatar.
Diário de Cuiabá