O presidente das Filipinas Rodrigo Duterte confirmou nesta sexta-feira (16) em a um grupo de jornaistas que matou três pessoas enquanto era prefeito em Davao.
A polêmica começou nesta quarta-feira, quando o líder se gabou a líderes empresariais que, quando era prefeito de Davao, costumava patrulhar as ruas em uma moto grande procurando "um encontro para matar", só para mostrar aos agentes da lei que era capaz disso. Após a declaração, dois senadores filipinos disseram que o presidente corre risco de impeachment por ter admitido que matou criminosos "pessoalmente".
Nesta sexta ele confirmou a informação à imprensa: "Matei cerca de três deles… Não sei quantas balas da minha arma entraram em seus corpos. Aconteceu e eu não posso mentir sobre isso", afirmou a um grupo de repórteres. A declaração foi feita horas depois de seu porta-voz negar que Duterte tivesse matado alguém passoalmete, segundo a BBC.
"Tenho quatro milhões de viciados em drogas no meu país. Não é uma brincadeira. Enquanto houver traficantes de drogas nas ruas, no meu país, essa campanha vai continuar até o último dia do meu mandato. E até que todos eles sejam mortos", afirmou.
Mais de duas mil pessoas foram mortas pela polícia em operações contra as drogas desde que Duterte se tornou presidente, em julho. Quase todas foram baleadas ao resistir à prisão. Segundo a agência Reuters, outras três mil mortes estão sendo investigadas, e críticos as consideram execuções de vigilantes.
Impeachment
A senadora Leila de Lima, crítica ferrenha de Duterte, disse que a confissão do presidente pode justificar um impeachment. "Isso é traição da confiança pública e constitui crime grave, porque assassinatos em massa certamente entram na categoria de crime grave. E crime grave é motivo para impeachment pela constituição", disse Leila à rede CNN nesta quinta-feira.
O senador Richard Gordon, que preside o Comitê de Justiça do Senado, também disse que Duterte se expôs a possíveis procedimentos de impeachment após seus comentários controversos. "Quando ele diz isso, está se expondo, então qual é o caminho legal, é ir adiante e impedi-lo", afirmou ele aos repórteres, acrescentando que não ficou surpreso com a declaração.
Os aliados de Duterte no Congresso desafiaram os opositores e críticos do líder a apresentarem uma moção de impedimento, dizendo que retirá-lo por meio de um processo político é uma questão numérica – há menos de 50 parlamentares oposicionistas na câmara baixa de 293 cadeiras do Congresso. É necessário ter dois terços destes votos para afastar um presidente filipino.
Fonte: G1