O iraniano foi recebido pelo presidente do Egito, Mohammed Mursi, que pertence ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana. Nos últimos 30 anos, a visita de um mandatário iraniano seria impensável, já que o regime de Hosni Mubarak (1981-2011) reconheceu o Estado de Israel, que é recusado por Teerã.
Na chegada ao aeroporto do Cairo, Ahmadinejad disse que quer tentar abrir o caminho para a cooperação entre os dois países. Além da cúpula e do encontro com Mursi, o presidente ainda deverá ser recebido pelo líder do grupo Al Azhar, Ahmad al Tayeb, uma das principais instituições sunitas do mundo.
Funcionários do governo iraniano disseram à agência de notícias Associated Press que o mandatário também fará um passeio turístico às pirâmides de El Gîza, patrimônio da humanidade pela Unesco.
A visita de Ahmadinejad mostra que o governo egípcio deverá ampliar as relações com os vizinhos islâmicos, que foram deixadas em segundo plano por Mubarak. O ex-ditador despertou a animosidade dos países do Oriente Médio ao selar um acordo de paz com Israel e manter relações próximas com os Estados Unidos.
CÚPULA
Na cúpula islâmica, Ahmadinejad, Mursi e os outros presidentes de países islâmicos deverão assinar uma resolução que condena a ampliação das colônias judaicas nos territórios palestinos. A medida, anunciada em novembro, foi vista como represália de Israel à aprovação da Palestina como Estado não observador da ONU.
De acordo com a agência de notícias Efe, os ministros condenam as políticas e os planos israelenses e a ofensiva de Israel na faixa de Gaza, em novembro de 2012. O documento deverá ser aprovado pela maioria dos membros da organização.
Pouco antes de viajar ao Cairo, Ahmadinejad disse em Teerã que, se Irã e Egito tomam medidas conjuntas no caso palestino, a geografia da região mudará, sem dar detalhes sobre que mudanças aconteceriam.
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS