Nesta terça-feira (31), o presidente do banco Bradesco Luiz Carlo Trabuco e outros dois executivos da empresa foram indiciados ao inquérito da Operação Zelotes. Esta ação, comandada pela Polícia Federal investiga compra de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
As investigações mostram que o grupo investigado por corromper integrantes do Carf conversou com executivos do banco a respeito de um "contrato" para anular um débito de R$ 3 bilhões com a Receita Federal. A conclusão do inquérito relativo ao Bradesco já foi encaminhado pela PF ao Ministério Público Federal, que pode ou não apresentar denúncia à Justiça Federal.
Segundo o jornal, os indiciamentos são pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Ministério Público confirmou que recebeu da PF os indiciamentos.
Também foi indiciado pela PF o auditor da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite, que teria articulado a reunião entre os integrantes do esquema e o comando do banco. No total, foram pedidos dez indiciamentos.
No final desta terça-feira as ações do banco caíram, devido ao indiciamento do presidente e dois integrantes. Os papéis ON (ações com direito a voto) do Bradesco fecharam em queda de 3,69% (a R$ 24,51) e os PN (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 5% (R$ 22,80). Também no setor bancário, Itaú Unibanco PN caiu 2,19% e Santander Unit, -1,97%.
Bradesco se manifestou através de nota sobre os indiciamentos:
O Bradesco informa que não houve contratação dos serviços oferecido pelo grupo investigado. Acrescenta que foi derrotado por seis votos a zero no julgamento do Carf. O Bradesco esclarece ainda que o presidente da instituição, Luiz Carlos Trabuco Cappi, não participou de qualquer reunião com o grupo citado.
O mérito do julgamento se refere a ação vencida pelo Bradesco em todas as instâncias da Justiça, em questionamento à cobrança de adicional de PIS/Cofins. Esta ação foi objeto de recurso pela Procuradoria da Fazenda no âmbito do Carf.
O Bradesco irá apresentar seus argumentos juridicamente por meio do seu corpo de advogados.
Com informações do Estadão