Internacional

Presidente das Filipinas xinga bispos por criticarem sua guerra às drogas

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, chamou nesta quinta-feira (19) os bispos do país de "filhos da p…", um ataque que acentua sua guerra contra a Igreja Católica pela oposição da instituição a suas políticas e, especialmente, a sua guerra às drogas. 

Segundo Duterte, os bispos filipinos "pediram carros de luxo a Gloria [Macapagal-Arroyo, presidente de 2001 a 2010] quando a polícia mal tinha veículos suficientes". As críticas foram feitas por ele em um discurso televisionado por ocasião da designação de novos cargos da Polícia Nacional (PNP). 

"Se você tem um [Mitsubishi] Pajero, é um filho da p…", continuou o presidente, famoso por sua incontinência verbal, durante a cerimônia no palácio presidencial de Malacañán, diante de centenas de funcionários da PNP. 

Rodrigo Duterte pediu aos religiosos respeito à "separação entre Igreja e Estado" que estabelece a Constituição e também os acusou em seu discurso de hoje de encobrir casos de abuso de menores e de práticas "homossexuais". 

Trata-se do segundo ataque de Duterte à Igreja em apenas dois dias, depois que na quarta-feira o presidente chamou de "hipócritas" sacerdotes e bispos e os convidou, em tom sarcástico, a provar o "shabu", o tipo de metanfetamina mais popular do país, por se oporem a sua polêmica campanha antinarcóticos. 

Drogas e preservativos
A "guerra contra as drogas", que causou mais de 6.200 mortos desde junho pelas mãos de policiais e de milícias populares, se deparou com uma forte oposição da Igreja desde os púlpitos e através de outras campanhas, como a colocação de cartazes de protesto nas paróquias. 

Outra frente na disputa aberta entre governo e Igreja é a política de planejamento familiar de Duterte, que inclui, entre outras medidas, a distribuição de preservativos nas escolas para combater o alarmante aumento da propagação do HIV e as frequentes gestações indesejadas. 

Tanto os clérigos como os políticos católicos mais conservadores se opuseram ferozmente a esta estratégia ao considerar que a mesma fomenta a promiscuidade. 

Seu ataque contra a Igreja filipina chega um dia depois que Duterte enviou uma carta de agradecimento ao papa Francisco por sua visita ao país em janeiro de 2015. 

A carta do presidente, que após aquela visita também chamou de "filho da p…" o pontífice por ter contribuído para alterar o trânsito durante sua estadia, foi entregue ontem em Roma por um representante oficial do governo filipino. 

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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