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Presidente da Volkswagen renuncia após escândalo de fraude

Martin Winterkorn, presidente-executivo da Volkswagen, renuncia (Foto: Alex Domanski/Arquivo Reuters)

O CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou nesta quarta-feira (23), após escândalo de fraude de emissões. De acordo com a empresa o substituto deverá ser anunciado na próxima sexta-feira. A crise na fabricante alemã começou depois que o governo dos Estados Unidos acusou a marca de adulterar resultados em testes de poluentes.

Segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana, 482 mil veículos com motores a diesel vendidos no país violaram os padrões federais, entre eles os modelos Jetta, Beetle (chamado de Fusca no Brasil), Golf, Passat e o Audi A3 –da marca que pertence ao grupo Volkswagen. Eles foram fabricados entre 2009 e 2015.

"Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou abismado por como foi possível um erro de tal tamanho no Grupo Volkswagen", disse Winterkorn, em comunicado.

Após a acusação, a Volkswagen admitiu que 11 milhões de veículos a diesel em todo o mundo tiveram um software instalado a manipulação de resultados de emissões de gases tóxicos.

"A Volkswagen precisa de um novo começo – também em termos de pessoal. Estou abrindo caminho para este novo começo com a minha demissão", afirmou Winterkorn. "Estou fazendo isso pelo bem da companhia ainda que não esteja ciente de nenhum erro da minha parte", completou.

Além de deixar o cargo de presidente, Winterkorn pediu para sair da Volkswagen. De acordo com comunicado do comitê executivo da companhia, o executivo não sabia das manipulações feitas nas emissões dos veículos.

Como surgiu a denúncia
A desconfiança partiu da diferença entre níveis de emissão encontrados em testes de rodagem e os oficiais. Após investigar, a EPA concluiu que um software instalado pela montadora detecta quando o carro está sendo inspecionado para verificar o nível de emissão de poluentes e só então passa a controlar os gases que o veículo solta na atmosfera.

Esse controle fica desligado em situações normais de rodagem, fazendo com que os carros poluam muito além do nível exigido no país.

Pouca informação
Apesar de admitir que a falha atinge outros mercados, a Volkswagen não especificou em que outros países estão esses carros nem quais são os modelos e marcas.

Disse apenas que eles utilizam o motor Esses carros usam o motor EA 189, que é 2.0 litro.

No Brasil, a lei não permite veículos leves com motores a diesel. Apenas picapes e SUVs podem rodar com esse combustível, além de caminhões e ônibus. O único carro vendido pela Volkswagen no país com motor a diesel é a picape Amarok.

Procurada pelo G1, a Volkswagen do Brasil não respondeu se o modelo está envolvido, apenas divulgou a nota emitida pela matriz.

Leia o comunicado de renúncia de Winterkorn na íntegra:

"Estou fazendo isso pelo bem da companhia ainda que não esteja ciente de nenhum erro da minha parte. Estou chocado com os eventos dos últimos dias. Acima de tudo, estou abismado por como foi possível um erro de tal tamanho no Grupo Volkswagen. Como CEO, aceito a responsabilidade pelas irregularidades que foram encontradas nos motores a diesel e pedi aos supervisores que concordassem com a minha saída do cargo de CEO do Grupo Volkswagen. Estou fazendo isso pelo bem da companhia ainda que não esteja ciente de nenhum erro da minha parte. A Volkswagen precisa de um recomeço do zero – mesmo em termos de pessoal. Estou deixando o caminho livre para esse recomeço com a minha renúncia. Sempre fui movido pelo meu desejo de servir a empresa, especialmente aos clientes e funcionários. A Volkswagen foi, é e sempre será a minha vida. O processo de esclarecimento e transparência precisa continuar. É única forma de recuperarmos a confiança. Estou convencido de que o Grupo Volkswagen e a sua equipe vão superar esta grave crise."

Fonte: G1

Redação

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