Vinicius Konchinski
A Copa do Mundo acabou há dois meses, mas o governo de Mato Grosso ainda trabalha em projetos para o torneio. O Estado ainda mantém sua Secopa (Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo) e acompanha a construção de uma das obras mais caras do Mundial: o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá.
O trem urbano custará quase R$ 1,5 bilhão e deveria estar pronto desde maio. Meses antes da Copa, contudo, sua entrega foi adiada para dezembro. Agora, o cronograma da construção passou por uma nova modificação. Segundo a Secopa, o VLT só estará concluído no final de 2015. Ou seja, a operação mesmo só em 2016.
Cercada de polêmicas e suspeitas de corrupção, a obra do VLT começou em agosto de 2012 e chegou a ser interrompida mais de uma vez pela Justiça a pedido do Ministério Público. Ainda em 2012, o UOL Esporte revelou que a obra foi contratada por meio de uma licitação cujo resultado havia sidopreviamente combinado.
Apesar de tudo isso, a obra foi adiante. O processo de desapropriação de terrenos necessários para abrir espaço para o VLT, no entanto, atrasou. Isso fez com que a Secopa adiasse por mais uma vez a inauguração do VLT.
Segundo a Secopa, os trâmites para a desapropriação dos imóveis necessários para a construção do VLT também começaram em 2012. No entanto, trâmites judiciários para que o Estado consiga o controle dos terrenos no caminho do VLT têm demorado mais que o esperado. Com os processos correndo na Justiça, o ritmo da construção foi comprometido. "O prazo foi recalculado e o cronograma de execução estabelecido para 2015", informou o órgão.
O governo de Mato Grosso estima que 362 imóveis tenham que ser desapropriados por causa da obra do VLT. Até agora, só 290 já passaram para o controle do Estado.
Ao todo, o governo espera gastar R$ 100 milhões com todas as desapropriações do VLT (esse valor não está incluído nos R$ 1,5 bilhão para a obra do trem). Só R$ 35 milhões foram já foram pagos.
Viaduto interditado
Vale lembrar que, apesar de a conclusão do VLT ter sido adiada, algumas partes do projeto já foram entregues. Um viaduto que servirá como uma pista de retorno sobre o traçado do trem urbano foi concluído há seis meses. Entretanto, ele apresentou falhas em sua estrutura e foi interditado.
De acordo com a Secopa, as próprias empresas que construíram o viaduto verificaram a "necessidade de serviços de reestruturação da obra". O trabalho deve durar quatro meses e será integralmente arcado pelas construtoras.