Política

Prefeitura contesta TCE e diz que secretário de Saúde continua no cargo

Foto Ahmad Jarrah

Após determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Mato Grosso pelo afastamento do secretário de Saúde de Cuiabá (MT), Ary Soares de Souza, a prefeitura emitiu nota neste sábado (12) afirmando que o secretário continua na pasta. "Não houve o afastamento do secretário municipal de saúde, mas apenas a intimação para que procedesse ao pagamento das duas competências, sob pena de, se não o fizer, ser afastado", diz trecho da nota.

Para a prefeitura, "não havia necessidade da medida cautelar do Tribunal de Contas para pagamento da competência referente ao mês de setembro de 2016, no valor de R$ 2.973.602,38, porque, como bem sabe a Associação Mato-grossense de Combate ao Câncer, mantenedora do Hospital do Câncer de Mato Grosso, o valor já está empenhado e deverá ser pago no próximo dia 16".

Na sexta-feira (11), o conselheiro Sério Ricardo exigiu que fossem efetuados dois repasses em atraso referentes ao meses de setembro e outubro no valor de R$ 5.455.085,00 ao Hospital do Câncer. Em sua decisão, ele afirma que é certo que com o atraso nos repasses o hospital não se encontra em condições de dar continuidade em seus trabalhos no combate ao câncer.

"Reprisa-se que 97% dos pacientes do Hospital do Câncer, dependem desses recursos, para dar contituidade aos seus tratamentos e nesta situação, caótica, levará a uma total falta de atendimento aos pacientes necessitados do estado, uma vez que este é o único hospital de referência no estado de Mato Grosso", diz decisão.

Contudo, a prefeitura contesta e diz que é "ilegal" o repasse neste momente. "É ilegal, por violar a Lei nº 4.320/64, o pagamento da competência de outubro de 2016, porque ainda não houve a verificação, pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Ministério da Saúde, da efetiva prestação dos serviços, cujo procedimento, com bem sabem os representantes do Hospital do Câncer, necessita de 45 (quarenta e cinco) dias".

Confira nota na íntegra

A respeito da decisão do conselheiro Sergio Ricardo, que determinou o pagamento das competências dos meses de setembro e outubro ao Hospital do Câncer, em representação de natureza externa assinada pelo advogado Maurício Magalhães Faria Junior, a Prefeitura de Cuiabá esclarece:
 
1 – Não houve o afastamento do secretário municipal de saúde, mas apenas a intimação para que procedesse ao pagamento das duas competências, sob pena de, se não o fizer, ser afastado;

2 – Não havia necessidade de medida cautelar do Tribunal de Contas para pagamento da competência referente ao mês de setembro de 2016, no valor de R$ 2.973.602,38, porque, como bem sabe a Associação Mato-grossense de Combate ao Câncer, mantenedora do Hospital do Câncer de Mato Grosso, o valor já está empenhado e deverá ser pago no próximo dia 16.  

3 – É ilegal, por violar a Lei nº 4.320/64, o pagamento da competência de outubro de 2016, porque ainda não houve a verificação, pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Ministério da Saúde, da efetiva prestação dos serviços, cujo procedimento, com bem sabem os representantes do Hospital do Câncer, necessita de 45 (quarenta e cinco) dias;

4 – Este procedimento de liquidação que obrigatoriamente antecede ao pagamento é realizado também com os demais hospitais filantrópicos, de modo que todos os meses há o pagamento de uma competência;

5 – A decisão, como proferida, implica em antecipação de pagamento da competência do mês de outubro;

6 – Em virtude da desnecessidade da intervenção do TCE em relação à competência de setembro e da ilegalidade em antecipar o pagamento da competência de outubro, a prefeitura irá adotar as medidas cabíveis, inclusive judiciais, para evitar a aplicação das sanções previstas na decisão do conselheiro Sergio Ricardo, dada a ausência de ilegalidade e de irregularidade na conduta da Secretaria Municipal de Saúde.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões