Política

Prefeito de Leverger diz que saiu do município para pescar

O prefeito cassado de Santo Antônio de Leverger (35 km de Cuiabá), Valdir Ribeiro (PT), rebateu as acusações de que teria fugido da cidade para não receber as notificações da decisão da Câmara Municipal do município, que o expulsava do cargo. Segundo o petista, ele viajou para uma pescaria no dia seguinte à perda do mandato. O político esteve na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) na tarde desta terça-feira (6) para prestar esclarecimentos à imprensa da região.

"Na terça-feira [29], dia seguinte à cassação, eu fui lá, fiz o que tinha que fazer. Fui pescar, fui me divertir. Fiquei de manhã e à tarde em Santo Antônio e não fui procurado por nenhum vereador", relatou.

Sob a acusação de não ter passado informações sobre as ações desenvolvidas no município à Câmara de Vereadores desde 2014, Ribeiro foi cassado no dia 28 de setembro, através do Decreto 39/2015, publicado no Diário Oficial do Tribunal de Contas do Estado. Ele adiantou que já recorreu e aguarda a decisão da Justiça.  

Neste período, a cidade ficou sem comando, pois sem poder notifica-lo, a Câmara não poderia empossar o vice-prefeito do município, Valdir Castro Filho (PROS) – vice deve ser empossado nesta quarta-feira (07). O último ato do petista antes da cassação foi exonerar todos os secretários. Com isso, o serviço público praticamente parou.

O petista se defendeu, afirmando ser inadmissível atribuir a ele esta responsabilidade, tendo em vista a publicação do decreto sobre a sua cassação, que entrou em vigor no dia primeiro de outubro. “A responsabilidade pela vacância do cargo de prefeito é exclusiva do presidente da Câmara, que se manteve inerte. Um verdadeiro ato de irresponsabilidade com a população. Desde o dia em que fui notificado, aguardei com tranquilidade em casa a decisão de medidas judiciais interpostas. Portanto não sou um foragido como estão divulgando. Confio na justiça e na coerência da população de Santo Antônio de Leverger”, afirmou.

Valdir disse ainda que nunca deixou de atender as solicitações do Poder Legislativo, tanto que, disponibilizou aos vereadores o acesso a todas as informações e documentos da prefeitura.

“Desde o início de meu mandato tenho me pautado no cumprimento da Lei Orgânica e em toda a legislação da administração pública. Não vejo motivo tão relevante para a tomada de uma medida extrema, que foi a cassação de meu mandato outorgado por mais de 55% da população do município”, lembrou.

Segundo ele, chegaram à prefeitura de uma só vez, 125 requerimentos enviados pela Câmara, para serem respondidos em dez dias. Ele frisou que há um prazo regimental e não havia tempo hábil e nem funcionários suficientes para responder todos os requerimentos. 

“Enviei um ofício para a Câmara justificando a situação e coloquei todos os dados do setor contábil á disposição dos vereadores”, garantiu.

Na sua avaliação, o presidente da CPI, vereador Hugo Padilha, que também já foi prefeito de Santo Antônio de Leverger, sabe das dificuldades do poder Executivo e sabe também que não havia tempo suficiente para responder todos os documentos. Segundo ele, trata-se de uma ação política, orquestrada há muito tempo com o vice-prefeito para tirar o seu mandato. “A população sabe que tenho conduzido o mandato a mim confiado sem me submeter a interesses que não representam aos anseios da municipalidade”, declarou.

CPIs

Valdir Ribeiro chegou a ser afastado pela Câmara Municipal em 2014 e em agosto deste ano, mas foi reconduzido ao cargo por meio de decisões judiciais. Ao longo de 2014 e 2015, os vereadores instalaram duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra Ribeiro.

A primeira foi para apurar supostas divergências entre os números dos balancetes mensais da prefeitura e os extratos das mais de 300 contas bancárias mantidas pelo Poder Executivo municipal. A diferença seria de aproximadamente R$ 3 milhões, equivalente à arrecadação mensal de Santo Antônio de Leverger.

Depois, os vereadores instalaram uma CPI para investigar a suposta sonegação de informações. 

Com assessoria

Redação

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