Foto: Gilberto Leite/Rdnews
O prefeito afastado de Chapada dos Guimarães (65 km da capital), José de Souza Neves (PSDB), renunciou ao seu mandato na manhã desta quinta-feira (12). A decisão do tucano foi feita através de uma carta entregue aos vereadores na Câmara Municipal da cidade.
O vice-prefeito, Lisu Koberstain (PMDB), que já ocupava o comando da Prefeitura assume o seu lugar definitivamente.
Na sua carta de renuncia, o agora ex-prefeito que tinha sido afastado da função pela quarta vez no mês passado, fez algumas recomendações ao sucessor, para que ele continuasse as principais obras iniciadas em sua gestão.
"Espero que o meu sucessor se dedique à conclusão das principais obras que iniciamos durante o meu primeiro ano de governo", disse, ao citar seis obras que estavam em andamento.
Entre as obras citadas por Neves está a revitalização do Complexo Turístico da Salgadeira. O local está interditado desde 2010 pela Justiça a pedido do Ministério Público do Estado (MPE). A ideia na época era aproveitar o fechamento para revitalizar o local e transformá-lo em um ponto de turismo ambiental, mas o projeto demorou três anos para ficar pronto. As obras começaram em janeiro do ano passado e foram interrompidas, por erros no projeto. A revitalização tem custo previsto de R$ 6,3 milhões e, segundo o contrato inicial, deve ficar pronta até junho deste ano.
Situação insustentável
O ex-prefeito José Neves estava afastado da Prefeitura pela quarta vez, a situação insustentável acarretou na sua desistência de tentar permanecer na gestão do município turístico.
Na Câmara Municipal uma comissão processante foi montada para apurar supostas irregularidades cometidas pelo gestor. O relatório final desta comissão seria apreciada nesta quinta-feira.
O primeiro afastamento do tucano ocorreu em maio do ano passado após suspeitas de irregularidades na contratação do serviço de transporte escolar. A acusação era de gastos superiores a R$ 2 milhões no aluguel de oito veículos durante 9 meses. O prefeito ficou 90 dias fora da administração.
Em fevereiro deste ano, o ex-prefeito voltou a assumir a prefeitura, mas, ficou menos de 15 dias na função e foi afastado por decisão da Câmara Municipal.
Além da divida acumulada pela Prefeitura que ultrapassa os R$ 15 milhões, a gestão do prefeito já acumula outras 11 ações civis públicas pela suposta prática de atos de improbidade administrativa e manutenção de serviços essenciais.
Veja a carta de renuncia do ex-prefeito