Está aumentando cada vez mais a crise entre os profissionais da saúde de Barra do Garças e o prefeito Beto Farias (PSD), os servidores se encontram em estado de greve desde o dia 2 de julho, e tentam receber aditivos que, teoricamente, já seriam garantidos por lei como 25% de adicional noturno e insalubridade.
Mas a tensão aumentou e chegou ao momento extremo no ultimo dia (31/07), quando Beto Farias decidiu, cortar o ponto dos profissionais da saúde que se encontram em greve, desconsiderando uma liminar concedida no dia 29 de julho pelo desembargador Dirceu dos Santos, que suspende o corte dos dias não trabalhados pelos servidores municipais da saúde de Barra do Garças.
O Sindicato diz que a ação de Beto Farias é truculenta e contraria uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, que garante a legalidade da greve.
“A própria Lei da Greve prevê que, uma vez reconhecida a ilicitude da mobilização, o empregador está autorizado a cortar o ponto, o que não é o nosso caso,” disse a Diretora do sindicato Maria Jaira.
“O Corte de Ponto é uma violência aos princípios estruturantes do Estado Democrático de Direito, e isso, prejudicar a vida de uma centena de pessoas. É uma indignidade e um egoísmo muito grande”, concluiu a diretora.
O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Barra do Garças, repudiou em nota a “ação arbitrária e perseguidora do gestor municipal”, que numa decisão ilegal ordenou o corte de pontos de todos os servidores da Secretaria de Saúde que participam do movimento paredista, deixando pais e mães de família sem o pagamento total de seus proventos.
Segundo a nota alguns profissionais já se encontram completamente endividados com empréstimos bancários e outros descontos efetuados mensalmente como o do Barra Prev que de 11% descontado de todos, sem critérios de valores recebidos como poderia ser conforme o INSS, que são valores conforme o que a pessoa recebe.
A nota diz ainda que vários servidores ficaram sem ter como comprar a própria comida dos filhos, mesmo com a sentença judicial já decretada para que não fosse cortado.
O sindicato classifica como insensata a eventual alegação da gestão municipal “de não ter sido notificado pela justiça a tempo”, dizendo que este argumento não poderá ser usado como desculpa para o não conhecimento da decisão, uma vez que o próprio sindicato encaminhou cópia original da citada decisão para o Prefeito, Secretario de Administração, Secretaria de Saúde, Setor de Recursos Humanos.
Segundo a nota já foi protocolado no Judiciário em Cuiabá pedido de ressarcimento dos descontos feitos e só aguardamos a decisão do Desembargador.
De acordo com informações aconteceram casos absurdos como o de um servidor que recebeu apenas R$ 29,76, fato que pode ser comprovado através de holerites. A situação de alguns é dramática, pois os mesmos ficaram sem dinheiro para comprar comida, de acordo com a direção do SINTESBRE, cestas básicas recebidas de doadores, estão sendo distribuídas para estes servidores através de critérios analisados nos holerites dos mais necessitados.
O sindicato lamenta pela intransigência e pela falta de humanidade do gestor municipal que foi eleito pela maioria dos servidores, mas que após a eleição desconsiderou o termo de compromisso assinado afirmando que promessa de campanha não tem valor jurídico.
“Pode até não ter valor jurídico, mas deveria ter valor moral”, questionam os sindicalistas.