O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira, 24, que uma “maioria significativa” dos dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) acredita que será possível cortar juros mais tarde neste ano.
Em audiência na Câmara dos EUA, Powell reforçou que a política monetária dependerá da evolução dos indicadores econômicos. Para ele, ainda é “muito cedo” para especular as implicações das tensões no Oriente Médio para a economia dos EUA. “Como todo mundo, estamos monitorando situação”, disse.
Powell acrescentou que seria “inapropriado” opinar sobre políticas tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump. Mesmo assim, ele reconhece que essas políticas terão “implicações” de curto e médio prazo sobre a inflação.
O presidente do Federal Reserve afirmou que a autoridade monetária não cortou juros de maneira mais agressiva por causa das perspectivas incertas sobre a inflação nos EUA. Ele reconheceu que os dados existentes até poderiam reforçar o argumento por juros em níveis mais neutros.
Segundo ele, a razão para isso não ter acontecido é que as previsões apontam para um aumento material da inflação à frente.
O banqueiro central acrescentou que não vê tensões entre os dois objetivos do Fed: estabilidade de preços e emprego máximo.
Ele também negou que haja sinais de que os Estados Unidos estejam em uma recessão.
Tarifas
O presidente do Federal Reserve reafirmou que “há vários cenários possíveis” para os desdobramentos econômicos dos aumentos tarifários nos EUA. Na audiência na Câmara, Powell explicou que a inflação pode arrefecer e o mercado de trabalho pode se enfraquecer, o que justificaria cortes de juros mais cedo.
Por outro lado, a inflação pode se provar mais forte que o esperado e o mercado de trabalho seguir sólido, o que seria favorável a um relaxamento monetário mais tarde, disse.