No mesmo intervalo de oito anos, as exportações portuguesas para o Brasil saltaram mais de quatro vezes, de R$ 228 milhões (75,7 milhões de euros) para mais de R$ 959 milhões (318,4 milhões de euros). Com o aumento do volume de vendas, o Brasil passou a ser o 12º mercado mais importante para Portugal e o terceiro maior comprador de produtos agrícolas.
Além dos produtos tradicionais do chamado “mercado da saudade” e da gastronomia portuguesa (como azeite e bacalhau), cresceram as vendas de máquinas, aparelhos e metais comuns (não preciosos) para o Brasil.
O período analisado pelo INE abrange a crise econômica internacional (a partir de setembro de 2008), que afeta especialmente os países do Sul da Europa e faz com que importem menos por causa da recessão interna e busquem novos mercados fora do continente para os seus produtos.
Os dados recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sobre o comércio Brasil-Portugal em 2013 confirmam essa tendência. Em sete meses de trocas comerciais, Portugal teve superávit em seis meses. Entre janeiro e julho deste ano, a corrente de comércio entre o Brasil e Portugal ultrapassou R$ 2,5 bilhões (US$ 1 bilhão), com superávit de mais de R$ 12 milhões (US$ 5,3 milhões) favorável aos lusitanos.
Com problemas de endividamento público (acima de 130% do Produto Interno Bruto), déficit fiscal (mais de 6% em 2012) e dificuldades legais para fazer cortes nos gastos do Estado, a geração de receitas por meio de exportações é a maior esperança de Portugal, que tem mercado interno pequeno (10 milhões de pessoas) e salários contidos.
“A necessidade ajuda os empresários a redefinir suas prioridades e a procurar oportunidades para as suas atividades fora de Portugal”, acredita o ministro da Economia, António Pires de Lima. Ele destaca no site do governo que as empresas estão adaptando sua capacidade ao mercado e, por isso, as exportações de Portugal “crescem em bom ritmo”.
As contas externas, assim como as contas públicas, serão apresentadas na próxima semana aos credores da Troika, que voltam a Portugal para avaliar a economia antes de liberar nova parcela de empréstimo internacional.
Agência Brasil