Opinião

Portela 2019 nas campeãs, crônica de um agradecimento

Ainda não aprontei o material da Portela, mas há uma passagem que está pulando na frente das milhares de imagens que fiz na Sapucaí, nesse carnaval. Como sempre, só costumo falar do que vejo e, com mais de 10 anos na pista, é surpreendente como a gente ainda vê coisas…

A Portela desfilou no mesmo dia da Mangueira e, por produzir um material bem minucioso sobre a bateria, acabei fazendo com menos rigor os desfiles das escolas que a antecediam, mudando o percurso que considero ideal para registrar os enredos e a evolução das agremiações.

Passei pela Portela, mas não pude prestar atenção em alguns detalhes. Entre eles, o motivo da grande quantidade de diretores e harmonia no entorno do abre-alas que trazia o primeiro destaque da escola, Carlos Reis, ladeado por Tia Surica e Monarco, baluartes da escola de Madureira.

Olha o grau da responsabilidade, fotografar meus ídolos! Também fotografei os empurradores dos elementos alegóricos que, acoplados, trazia o símbolo da escola, a águia portelense.

Corta para o desfile das campeãs. A Portela, quarta colocada, foi a terceira agremiação a se apresentar.

Na cabeça da escola, aproveitei para fazer com calma o registro de Cinthia e Adriano, filho do amigo de longa data e presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães.

Na sequência, a comissão de frente, a porta-bandeira e o mestre-sala, Lucinha Nobre e Marlon Lamar.

Foi quando, depois da apresentação do casal para o segundo módulo de julgadores, resolvi cruzar a pista para o lado oposto a cabine.

A melhor forma de fazê-lo era passar voando pela frente do abre-alas.

Foi ali que vi, novamente, Elisa Fernandes, diretora de alegoria, responsável pelo abre-alas.

No meio do caminho, quando procurava um ângulo para fazer sua foto, veio em nossa direção o casal com o pavilhão da escola. Quer, dizer, na direção dela, Elisa.

Acreditem, fiquei quase vendo a cena que fotografei pelas costas, se não tivesse dado uma corrida e invertido o eixo.

Porque, de mãos dadas com a diretora de alegoria, responsável pelo abre-alas, o casal a conduziu em direção a torcida!

Por ela, Elisa foi efusivamente aplaudida e, junto com o mestre-sala e a porta-bandeira, saudou o público das arquibancadas e frisas.

É claro que vi Elisa chorando, mas não por muito tempo. Vi Elisa recebendo a bandeira para saudá-la. E, depois, ser abraçada por Lucinha e Marlon. 

Vi mãos se encontrando nesse abraço carinhoso envolvendo e diretora de alegoria. De amor e admiração.

Guardei as imagens, sabendo que era o agradecimento pelo esforço feito por Elisa e uma incrível equipe, para superar um desafio, mais um, dos que presenciamos na pista. O abre alas havia cruzado a Sapucaí, no dia do desfile, no muque deles, dirigidos por ela!

Só tive noção do tamanho da superação quando, no dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, Elisa Fernandes contou a história do desafio que caiu sobre seus ombros e, com a ajuda da harmonia para solucioná-lo, a Portela enfrentou em seu desfile. Essa parte (a mais importante da história) você pode ler no seu perfil do Facebook.

Aproveita para refletir…

Resolvi “recortar” esse episódio, porque quero celebrar o esforço de Elisa, a generosidade do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Lucinha Nobre e comemorar, com você, a chance de estar bem ali, e podido contar uma parte dessa (linda) história carnavalesca…

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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