Foto: Ahmad Jarrah
Com Felipe Leonel e Valquíria Castil
Internos do Centro de Ressocialização Pomeri, no bairro Planalto, em Cuiabá, iniciaram um motim na tarde desta quarta-feira (25). Oito infratores de 18 anos fizeram outros dois adolescentes, em conflito com a lei, de reféns para exigir que sejam transferidos para presídios da Capital.
Paulo César de Souza, presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (SINDPSS), informou ao Circuito Mato Grosso que o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) já está no interior da instituição para controlar a manifestação.
Os adolescentes fariam parte de facções, porém as denominações não foram informadas. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também se encontra dentro da unidade, no entanto não há informações de feridos.
Paulo César afirmou que esses motins são uma forma dos adolescentes mostrarem às autoridades que fazem parte desses grupos organizados.
Tamara Siqueira da Silva, mãe de um interno, chegou ao Pomeri chorando bastante e em busca de informações sobre seu filho, que tem 16 anos e está há um ano e meio cumprindo medida socioeducativa por assalto. Ela garante que o adolescente já cumpriu a pena, porém ainda não obteve a liberdade.
"Eu preciso do meu filho, quero saber se ele está participando [da rebelião]. Eu vim aqui hoje, pois todo quarta-feira trago algo para ele… cheguei lá eu escutei que estava tendo uma rebelião na ala B que é onde ele fica…O juiz está enrolando, ele acha que deixando meu filho aqui, junto com os outros adolescentes vai melhorar, mas quando saí daqui, sai pior", falou chorando.
O filho de Luciene está preso na mesma ala onde supostamente estaria acontecendo o motim. Ela também chegou para entregar mantimentos ao filho de 17 anos, mas não pode entrar no Pomeri. “Ninguém fala nada. Eu queria saber alguma coisa, vim saber, mas ninguém fala nada… Estou para ter um treco já”. Segundo a dona de casa, o filho cumpre pena por assalto e já está há três meses no complexo.
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