Apaixonado, o casal fecha os olhos durante aquele beijo. Isso é sinal de amor? É apenas uma prática cultural? Um estudo da Universidade de Londres sugere uma resposta bem menos romântica para isso.
A prática pode ter uma base biológica: a capacidade de sentir o toque depende de quanta informação visual o cérebro recebe no mesmo momento. Ou seja, fechar os olhos amplia a percepção do toque. A conclusão foi publicada em março no "Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance" (revista científica de psicologia).
A conclusão "nada romântica" do estudo surgiu quando os pesquisadores estudavam se a percepção ao toque era alterada conforme os estímulos visuais recebidos.
Os voluntários recebiam alertas táteis –aqueles que vibram– enquanto tinham de fazer tarefas visuais. Depois de receberam uma tarefa com alta carga visual ou baixa carga visual, tinham de dizer se tinham ou não percebido uma vibração em suas mãos naquele momento.
Com isso, os pesquisadores notaram que a percepção das vibrações diminuía conforme aumentava o nível de informações visuais recebidos.
"Esse estudo foi muito além do sentido do toque e muito além do motivo de fecharmos olhos enquanto beijamos. Ele evidenciou que ao inutilizarmos um sentido, acabamos aguçando outros", concluiu Larissa.
Visão atrapalha a audição?
Em estudos anteriores, pesquisadores já tinham descrito que a capacidade de perceber estímulos sonoros variava conforme a intensidade de informações visuais recebidas simultaneamente.
"É por isso que quando queremos prestar atenção na letra de uma música o melhor a se fazer é fechar os olhos para que o ambiente a nossa volta fique em segundo plano e possamos nos concentrar no que estamos fazendo, para sentir aquele momento. Inibimos o sentido da visão para apurarmos outros", aponta o psicólogo Yuri Busin, diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio.
Fonte: UOL