O pré-candidato ao governo pelo Psol, Moisés Franz, atribui o alastramento da corrupção na administração pública em Mato Grosso ao revigoramento da política do “toma lá, dá cá” em poderes instituídos. Ele diz que uma relação “frouxa” entre Executivo e órgãos fiscalizadores contribui para a falta de clareza do governo e a consequente insuficiência no atendimento público, mesmo com recursos suficientes para a administração de serviços.
“Talvez se os órgãos fiscalizadores não fossem tão coniventes, não teríamos esse problema de crise com a saúde pública, por falta de dinheiro. A pasta da saúde tem esse ano recurso na ordem de R$ 1,8 bilhão, ainda assim está em crise. Esse recurso é suficiente, mas não sabemos para onde está indo. Falta clareza do governo para mostrar o dinheiro está sendo aplicado”, disse Franz em entrevista ao Circuito Mato Grosso.
Ele diz que Executivo e Legislativo vivem uma relação de troca de favores, que beneficiam o governador Pedro Taques e deputados estaduais com promoção eleitoreira. “Está faltando dinheiro para saúde, mas está sobrando dinheiro para deputados comprarem ambulância para doar para os municípios. Esse dinheiro que está sobrando tem que ser redirecionado e não deixar para servir de promoção política”.
O pré-candidato afirma que o toma lá, dá cá se estabelece nas negociações de campanha em que os concorrentes “se prendem” a conjecturas para conseguir tempo em horário eleitoral gratuito em rádio e TV. E a vantagem do Psol seria o lançamento de chapa pura.
“Nós não estamos isolados, estamos com o povo. Vamos usar do plesbicito para tomar nos decisões. O povo é inteligente, sabe administrar seu salário mínimo em todo início do mês para pagar suas contas e, às vezes, até sobra. Falta ao governo choque de gestão, iniciativa para decidir o que fazer”, pontua.