Um protesto na frente da casa do governador do Rio de Janeiro terminou em confronto com a polícia na noite desta quinta. Apesar do tumulto, na manhã desta sexta, o G1 percorreu ruas da região e não identificou rastros de depredações ou destruição na Rua Delfim Moreira nem no calçadão do Leblon. Às 7h20, a rua, que estava interditada ao tráfego de veículos, foi liberada ao trânsito, mas o patrulhamento continuava reforçado na região.
A confusão começou pouco antes das 23h. Segundo a polícia, os manifestantes teriam jogado pedras em direção aos policiais e contra alguns prédios. Os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
A porta-voz do movimento Ocupa Cabral, Luiza Dreyer, que organizou o protesto, negou que eles tivessem jogado pedras nos policiais ou nos prédios. Segundo ela, a polícia foi truculenta.
Grupo pediu transparência
Os manifestantes começaram a chegar no fim da tarde. Os policiais reforçaram o patrulhamento na região e fizeram uma barreira na rua Aristides Espinola, no Leblon, Zona Sul do Rio, onde mora o governador. Estudantes e trabalhadores pediam mais investimento em serviços básicos.
O grupo gritou palavras de ordem contra Sérgio Cabral e reivindicou maior transparência nos gastos do governo.
Manifestantes distribuíram e usaram pedaços de pano na cabeça para lembrar o episódio envolvendo o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Construções, o governador e secretários de estado.
Em abril de 2012, fotos e um vídeo, publicados na internet, mostraram a proximidade do empreiteiro Cavendish com autoridades do governo do estado. Fernando Cavendish foi alvo de uma CPI que investigou os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Nesta terça-feira (2), um grupo que ficou acampado perto da casa do governador por onze dias foi expulso pela polícia militar de madrugada. Alguns desses manifestantes voltaram nesta quinta-feira.
G1 / Renata Soares
Foto: Renata Soares / G1