Plantão Policial

Policial penal diz que foi torturada após denunciar colega de trabalho por importunação sexual em MT

Uma policial penal registrou boletim de ocorrência e relatou que foi torturada por instrutores do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) por ter denunciado um caso de importunação sexual sofrido por ela na Penitenciária Central do Estado (PCE) e cometido por um colega de trabalho. A vítima fazia o Curso de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário (CIRC), em Cuiabá, quando ocorreram as sessões de tortura, segundo ela.

A policial penal contou que suspeito teria passado a mão no corpo dela e também a espionado tomando banho. Em um outro momento, também consta no boletim de ocorrência, ele contou que o suspeito abriu a janela para olhar seis mulheres que trocavam de roupa. Depois disso, elas teriam sido coagidas a não comentar os episódios de importunação.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) informou, por meio de nota, que já determinou a imediata suspensão do curso da Polícia Penal e que vai instaurar um procedimento administrativo para apurar a denúncia. Segundo a Sesp, a Polícia Civil também abriu um inquérito para investigar o que aconteceu e, até o momento, duas pessoas foram interrogadas.

A vítima contou ainda que, durante exercícios de flexão, teve as mãos pisadas e diziam que ali não era lugar para ela que deveria estar "na cozinha, lavando vasilha". Além disso, a policial penal teve gás lacrimogêneo jogado diretamente nos olhos e na boca.

Ela também relatou que jogaram anilhas do gás dentro de uma barraca onde ela trocava de roupa e que, quando tentava sair para respirar, os instrutores falavam para ela: "Bate o sino e sai do curso. Seu lugar não é aqui. E vai lavar vasilha", consta no boletim de ocorrência.

Em outro momento, levaram a vítima vendada até uma sala, onde começaram a piscar uma lanterna nos olhos dela e disseram "Você quer prender seu irmão de farda? Conta para nós o que você registrou no boletim de ocorrência" e a pressionavam a desistir do curso.

Quando a policial errava os comandos, os instrutores a faziam correr em volta da turma e a chamavam de "burra". Tal punição, conforme a denúncia, não acontecia com outros alunos.

Por fim, ela foi colocada em uma viatura, onde estavam três homens e uma mulher. Eles disseram para ela que a levariam para a Agrovila, momento em que ela abriu a porta e pulou do veículo por "receio de sofrer mais agressões".

A policial, ainda conforme o boletim de ocorrência, conseguiu pedir ajuda em uma casa e ligou para família, que a buscou. Ainda consta no documento que os policiais que estavam na viatura também foram até o local e disseram que ela estava em surto psicótico.

As investigações estão em andamento.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em