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Policial paraguaio suspeito de elo com traficante é morto na fronteira com o Brasil

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Um policial paraguaio suspeito de estar envolvido com um traficante que atuava na fronteira com o Brasil foi assassinado nesta terça-feira (12), em mais um crime na escalada de mortes registradas na região.

Pastor Miltos Duarte, que trabalhava como subchefe na unidade policial Pacola 5, da Polícia Nacional do Paraguai, foi morto em Karapaí, próximo a Capitán Bado, no estado de Amambay, que fica na fronteira com o Brasil.

Além dele, uma outra pessoa, Antonio Villalba, morador das redondezas, sofreu ferimentos a bala.

No último sábado (9), quatro pessoas foram assassinadas a tiros em Pedro Juan Caballero, sendo três mulheres e um homem, em frente a um espaço de eventos, por volta das 6h30.

Na véspera, o vereador de Ponta Porã (MS) Farid Afif (DEM), 37, foi morto a tiros de pistola enquanto andava de bicicleta. Na última semana de setembro, o corpo de um brasileiro decapitado foi encontrado na cidade paraguaia, a cinco quilômetros da fronteira.

A polícia paraguaia suspeita que o atentado de sábado seja um acerto de contas do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em entrevista coletiva, o comissário geral da polícia paraguaia, Cesar Silguero Lobos, citou a hipótese pelo fato de a facção criminosa controlar o tráfico de drogas e armas na região.

Segundo o jornal paraguaio ABC Color, Duarte tinha vários cavalos de corrida e era ligado ao político Carlos Rubén Sánchez Garcete, 45, o Chicharõ, que foi morto em 7 de agosto em sua casa em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua da brasileira Ponta Porã (MS). Garcete, apontado como traficante internacional, foi morto com mais de cem tiros.

Dois homens, que passaram em uma moto vermelha sem placa, são os possíveis autores do crime, de acordo com apuração preliminar da polícia. Duarte chegou a ser socorrido ao Hospital Santa Rosa del Aguaray, onde morreu. O estado de saúde de Villalba não foi informado.

Uma das hipóteses é que o crime tenha sido cometido como retaliação por apreensões de maconha ocorridas nas últimas semanas em Amambay. Duarte já atuou em Pedro Juan Caballero.

A onda de criminalidade que atinge a fronteira entre o Brasil e o Paraguai fez moradores da cidade paraguaia realizarem um protesto na tarde desta segunda-feira (11), com faixas, cartazes e bandeiras brancas pedindo o fim da violência.

A Polícia Nacional do Paraguai prendeu, horas antes da manifestação, seis brasileiros suspeitos de participarem da chacina em Pedro Juan Caballero, que matou Haylee Carolina Acevedo Yunis, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay.

A suspeita inicial da polícia é que o alvo principal tenha sido Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, também assassinado.

A série de assassinatos fez com que o governo de Mato Grosso do Sul reforçasse o policiamento na região da fronteira. A gestão Reinaldo Azambuja (PSDB) diz ter enviado equipes de elite das polícias militar e civil.

"É um reforço sem data de saída. Apoio total às autoridades do país vizinho, para auxiliar na prisão dos autores", disse o secretário de Segurança Pública do estado, Antônio Carlos Videira.

Segundo a polícia paraguaia, os acusados foram presos em uma casa na colônia Cerro Cora'i, nos arredores de Pedro Juan Caballero.

Hywulysson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armani e Silva Simões, Gabriel Veiga de Sousa, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes estariam escondidos na residência.

No local, os agentes paraguaios também apreenderam um Fiat Uno cinza, um Gol branco e um Palio prata, todos com placas brasileiras. Também foram encontradas três placas de outros veículos, celulares, joias e 74 gramas de maconha.
Os seis brasileiros devem ser expulsos do Paraguai.

Redação

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