Um vídeo encaminhado por um internauta mostra um homem agredindo um estudante de 13 anos na porta do Colégio Estadual Alfa Ômega, em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia (veja vídeo). Segundo a polícia, o suspeito é policial civil lotado no 18º DP da capital, tem 51 anos e é pai de uma aluna que também estuda no colégio. Ele teria cometido as agressões alegando que a vítima havia ameaçado sua filha.
Nas imagens, gravadas no fim da manhã de terça-feira (10), é possível ver o adolescente levando tapas e socos, encostado no carro do suspeito. Em seguida, o policial joga o estudante no chão, o enforca e volta a atingir o seu rosto com mais tapas. Neste momento, outros estudantes que estavam no local tentam separar os dois.
Porém, a confusão não termina. Na continuação do vídeo, o policial aparece saindo de seu carro apontado uma arma para os alunos que estão na rua. No entanto, segundo a polícia, ele não efetuou nenhum disparo.
Investigação
A Polícia Militar foi acionada e levou o policial e o estudante para a Delegacia de Trindade. O homem assinou um boletim pelo crime de vias de fato e foi liberado. Já o menor foi encaminhado para um hospital, onde realizou exame de corpo de delito. Ele não apresentava lesões aparentes, apesar das agressões.
De acordo com a delegada Renata Vieira, responsável pelo caso, o policial está fora do trabalho devido a uma licença médica. Ele contou, em depoimento, que já cumpriu pena por ter matado a ex-mulher.
Ainda segundo Renata, ele alegou que a vítima e outro garoto, que é namorado de uma jovem rival de sua filha, foram até a sua casa na segunda-feira (9).
"Ele contou que atendeu a porta e os garotos pediram para falar com a sua filha. Após conversar com os dois, a menina entrou e disse ao pai que havia sido ameaçada. No outro dia, ele resolveu ir à escola para tirar satisfações", contou ao G1.
À polícia, no entanto, o homem não disse o motivo das ameaças. Ele confessou que "deu uns tapas" no menino porque ele foi "desaforado". Sobre a arma, ele afirmou que tentou se defender. "Ele disse que após separarem a briga, outros alunos partiram para cima dele. Daí, ele entrou no carro e pegou o revólver, mas não atirou em ninguém", conta.
A assessoria da Polícia Civil informou que vai fazer um levantamento da vida funcional do suspeito para se manifestar. No entanto, aconselhou a família do menor a procurar a Corregedoria da corporação para instaurar os procedimentos penais e administrativos pertinentes.
Discussão
A diretora do colégio, Núbia Oliveira, disse que a filha do policial e a rival já discutiram na escola, mas não soube informar o motivo. "Acredito que fosse alguma coisa de criança, que não teria muita importância", afirma.
Núbia conta que o fato ocorreu logo após o fim das aulas do período matutino. Assim que perceberam o que estava acontecendo, ela acionou o Batalhão Escolar. Nesta manhã, nenhum dos envolvidos foi à aula.
A diretora explicou que vai convocar os pais de todos os envolvidos para uma reunião na escola onde o tema será tratado.
Fonte: G1