A força-tarefa da polícia foi criada após o assassinato da estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, em um ponto de ônibus da capital, no sábado (2). Segundo a família, a morte está ligada à série de homicídios envolvendo mulheres na capital. Já a polícia diz não acreditar que um assassino em série esteja cometendo os crimes, mas não descarta a possibilidade.A força-tarefa é composta por 16 delegados, sendo os nove lotados na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30 agentes e dez escrivães também participam do trabalho.
Deusny explicou como será a divisão das tarefas. "O titular da DIH, Murilo Polatti, coordena as ações. Os outros delegados foram separados em grupos para cuidar de um ou mais casos. Quem já estava atuando em um determinado homicídio, continua na investigação", detalhou.
Até a tarde de terça-feira (5), a polícia atuava em cima de uma lista com 12 homicídios contra mulheres, todos praticados por motociclistas. Após uma reunião, foram incluídos mais três assassinatos de mulheres, o homicídio de um homem e mais duas tentativas de homicídios contra garotas, totalizando 18 casos.
Vídeo
O delegado Deusny Aparecido fez uma avaliação do vídeo em que o suspeito de matar a garota Ana Lídia aparece. Nas imagens de câmeras de segurança, a vítima aparece caminhando em direção ao ponto de ônibus. Em seguida, o motociclista é visto trafegando no mesmo sentido que a estudante. Minutos após o crime, o homem passa no sentido oposto à parada de ônibus."Infelizmente, apesar de nos ajudar, nos balizar para ver uma posição de fuga, que tipo de moto, o perfil, enfim, não é contundente. Não é uma imagem que possa ser esclarecedora. Depende de vários trabalhos em cima dessa imagem para poder surtir o efeito que a gente precisa", afirmou.
O crime ocorreu quando a garota aguardava o ônibus para se encontrar com a mãe na Feira da Lua, no Setor Oeste. Segundo a Polícia Civil, o suspeito passou pelo local e efetuou três disparos na direção da vítima. Dois dos tiros atingiram o peito da menina, que morreu na hora. O suspeito fugiu logo após o crime sem levar nenhum pertence da vítima.A família da estudante acredita que a adolescente foi mais uma das vítimas de um suposto "serial killer", expressão usada para assassinos em série, que está assustando a população de Goiânia. De acordo com os parentes, Ana Lídia não tinha nenhuma inimizade ou envolvimento com drogas.A gente se pergunta: por que ela? Nós não entendemos o porquê, lamenta a avó de criação da menina, Ivone de Sousa, de 54 anos.
Série de crimes
A família da estudante acredita que todos os crimes cometidos nos últimos meses contra jovens em Goiânia estejam interligados. Não é coincidência. Até quando vão falar que não é [um assassino em série]?, questiona a avó. O assassinato da menor aumentou a desconfiança em relação a um assassino em série devido as semelhanças dos crimes. O suspeito chega de moto, saca a arma, dispara contra a vítima e foge sem levar nada.
Após a morte de Ana Lídia, diversas pessoas passaram a comentar sobre o assunto nas redes sociais e a pedir que as autoridades se mobilizem. Em diversos perfis, internautas colocaram fotos com símbolos e frases de luto, cobrando respostas nos casos ainda em aberto e também maior segurança na capital.
Desde maio, quando surgiu a informação de que existe um "serial killer" na capital, a Polícia Civil tratava o caso como um boato. No último domingo (3), a corporação voltou a afirmar que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em Goiânia, mas revelou, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.
Investigações
Segundo informações da Polícia Civil, os crimes contra jovens mulheres tiveram dinâmica semelhante: o suspeito chega de moto, saca a arma, dispara contra a vítima e foge sem levar nada. Porém, de acordo com o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polatti, as investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.
O delegado explica que algumas das investigações indicam crimes passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo e tráfico de drogas, mas também não dá detalhes para não comprometer os inquéritos.Nós não descartamos também que autores venham utilizando esse modo de agir inclusive para desviar a investigação. Dessa forma, seja por crime passional ou envolvimento com tráfico esse crime vai recair para o suposto maníaco, diz.
G1