A Polícia Civil recolheu na quarta-feira (23) as armas dos cinco policiais militares que estavam de na região da favela Parque Alegria, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Eles são investigados pela morte do menino Herinaldo Vinícius da Santana, de 11 anos, atingido com um tiro na cabeça, na tarde de quarta-feira, quando saiu de um beco onde brincava para, segundo moradores, comprar uma bolinha de pingue-pongue.
O corpo da criança segue no Instituto Médico Legal (IML), no Santo Cristo, na Zona Portuária. A Divisão de Homicídios (DH) investiga a morte do menino. Os cinco policiais foram afastados. Moradores disseram que não havia confronto no momento em que o menino foi atingido. A UPP do Caju também confirmou que não havia operações na comunidade.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias da morte de Herinaldo.
Atingido na cabeça, o menino foi socorrido por moradores e levado pra Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré, no Subúrbio. A coordenação da unidade disse que Herinaldo chegou por volta das 16h, mas não resistiu aos ferimentos e morreu 30 minutos depois.
Uma amiga da família contou por telefone, que não havia operação policial, nem ocorria confronto com bandidos no momento em que o garoto foi baleado.
“Estava tudo calmo, quando, de repente, ouvi o barulho de tiro. Aí, todo mundo começou a correr. Ele estava com os amigos dele. Aqui na frente, tem uma mesinha de pingue-pongue. Ele estava com R$ 0,80 na mão e ele foi correr. Quando ele foi correr, os policiais estavam vasculhando as coisas. Quando ele correu, ele passou em frente a um beco. Então, os policiais se assustaram. Aí, correram atrás dele. E, quando foi ver já tinham atirado nele e ele estava no chão”, contou a amiga.
Em protesto, os moradores fecharam a pista lateral da Avenida Brasil, no sentido Zona Oeste, na altura de Benfica, no Subúrbio. As manifestações continuaram pela Linha Vermelha, no trecho do Caju, que também chegou a ser fechada. O trânsito ficou lento na região. A polícia reforçou o policiamento no local.
Durante a madrugada, os policiais militares que estavam patrulhando o local onde o menino foi atingido foram ouvidos aqui na DH. O delegado responsável pelo caso disse que a previsão é que o resultado do confronto balístico saia em 15 dias. Os parentes de Herinaldo devem comparecer à delegacia na manhã desta quinta-feira (24).
Além de Herinaldo, a mãe tem outros três filhos. Ela trabalha como emprega doméstica na Zona Sul do Rio. A amiga da família disse que o menino era estudante e não tinha qualquer envolvimento com o tráfico de drogas.]
Fonte: G1