Nacional

Polícia diz que quadrilha selecionou produtos não rastreáveis na Samsung

 
Segundo Fernandes, a forma de operar indicar que trata-se de um grupo especializado nesse tipo de roubo. "Nós acreditamos que eles têm experiência na prática desse crime porque eles atuaram com segurança, eles tinham informação", disse. O delegado revelou ainda que investigará a possível ligação de funcionários e ex-funcionários da empresa com o roubo, já que a quadrilha tinha informações privilegiadas sobre o local.
 
Crime foi filmado
Imagens enviadas para a EPTV mostram a ação dos criminosos que roubaram tablets, celulares e notebooks da empresa, que fica no Parque Imperador, às margens da Rodovia Dom Pedro I. O assalto durou aproximadamente quatro horas e, a princípio, acreditava-se que pelo menos 20 homens tivessem participado do roubo, mas, segundo o delegado, imagens revelaram que o número de criminosos deve ser de no máximo dez pessoas. Eles usaram revólver, pistolas e faziam menção à presença de outras armas, como fuzis escondidos no carro do grupo.
 
De acordo com o delegado da DIG, o levantamento dos produtos roubados ainda não foi concluído pela empresa, mas estima-se que pelo menos 40 mil itens foram levados. Não há ainda especificidades dos produtos, que foram transportados em sete caminhões da quadrilha. Para despistar, os veículos não saíram em comboio.O titular da Delegacia de Investigações Gerais não revelou quantos funcionários ficaram de fato rendidos na ação, mas disse que no momento do assalto, havia 200 funcionários na empresa. Já a Samsung informa que 50 operários foram feitos reféns. Ninguém ficou ferido na ação, mas segundo Fernandes, os que ficaram reféns foram gravemente ameaçados.
 
Destino da carga
A polícia acredita que a carga tivesse um destino certo, provavelmente, no mercado informal. Uma das prioridades da equipe de investigação é recuperar o material, que o delegado não soube informar se estava completamente coberto por um eventual seguro da multinacional. "Nós acreditams que os destinatários desses objetos possuem um mercado fácil e corrente, na informalidade", afirmou Fernandes.
 
Relação com roubo da Apple
A Polícia Civil de Campinas investiga se a quadrilha que invadiu a Samsung é a mesma que atuou no roubo também milionário de equipamentos da Apple, em Viracopos, em outubro de 2012. Na ocasião, um grupo, armado com metralhadoras e pistolas, invadiu o aeroporto e roubou uma carga de iPhones e iPads avaliada em R$ 3,9 milhões. O grupo rendeu pelo menos oito funcionários e vigilantes do galpão da companhia aérea TAM Cargo e fugiu.
 
"Nós investigamos essa relação. Alguns integrantes de quadrilhas deste e de outros roubos semelhantes que ocorreram na região já foram identificados e tivemos até mandados de prisão contra alguns", afirmou o delegado.Fernandes afirmou que existe uma possibilidade do grupo que atuou no roubo desta segunda ter vindo de outras cidades. "Em Campinas nós temos grandes empresas de logística e grandes empresas que produzem material de grande valor agregado. Em razão disso, algumas quadrilhas são atraídas para a região", disse.
 
O roubo
Pelas imagens do sistema de segurança é possível ver um caminhão circulando dentro da fábrica. Em outro trecho, há uma movimentação dentro da empresa, são homens andando pelo local com celulares e rádios. Não é possível dizer se estão armados.De acordo com a polícia, a quadrilha chegou à empresa por volta de 0h desta segunda-feira (7). Funcionários do setor de distribuição ficaram sob poder do bando. O grupo deixou o local por volta das 3h. As imagens mostram também caixas sendo retiradas e colocadas em um caminhão.
 
Segundo a polícia, funcionários da empresa que estavam em uma van foram rendidos em uma estrada. Eles foram levados até a fábrica, guiados pelos criminosos, para afiançar a entrada dos criminosos.Ao entrar na Samsung, a quadrilha rendeu inicialmente os seguranças do setor de distribuição e, em seguida, os vigias da portaria. "Retiraram os armamentos deles e as munições e deixaram eles trabalhando normalmente, nos mesmos postos como se nada tivesse acontecido", disse o tenente da Polícia Militar Vitor Chaves.
 
O que diz a multinacional
Por meio de nota, a Samsung lamentou o ocorrido e disse que a polícia está investigando o incidente, e que tem cooperado com as autoridades policiais. Além disso, informou que a carga roubada da fábrica está avaliada em aproximadamente R$ 14 milhões e que na ação 50 funcionários foram feitos reféns.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus