Três homens que aparecem em vídeos gravados em Rondonópolis (212 km de Cuiabá-MT) torturando pessoas tiveram mandados de prisão cumpridos, nesta sexta-feira (21), pela Polícia Judiciária Civil, na investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), com apoio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf).
A operação, denominada “Falso Poder”, culminou na prisão de Júnior de Oliveira Ribeiro, 18 anos, Giácomo da Cruz, 24 anos, e Sebastião Rodrigo de Souza Silva, 26. Os três tiveram mandados de prisão temporária (30 dias) cumpridos por crimes de tortura e associação criminosa.
Também foram cumpridas buscas nos bairros Jardim Atlântico e Jardim Europa, locais de moradia de Junior e Giácomo, sendo este último encontrado com porções de entorpecentes. Na casa dele, seis pessoas foram conduzidas para Delegacia, para checagens criminais.
O criminoso Junior de Oliveira tem passagens quando menor por roubos, tentativa e homicídio e tráfico de drogas. Giácomo tem condenação por posse ilegal de arma de fogo e Sebastião, que já está preso por adulteração de veículo roubado, teve a ordem de prisão cumprida dentro da cadeia.
As unidades da Regional de Rondonópolis foram designadas para apurar autoria de 5 vídeos veiculados em redes sociais, no começo de junho, onde pessoas são mostradas apanhando com chutes, socos, pontapés e pauladas. Um deles é obrigado a ler uma placa afirmando que no bairro Parque São Jorge, não pode roubar em razão de ter ser território de uma facção criminosa. Em seguida recebe diversas pauladas pelo corpo, sendo encurralado no canto de parede do cômodo de uma casa.
Em outro vídeo, uma mulher aparece com um cartaz em mãos repetindo a fala de um dos agressores, dizendo que está apanhando porque roubou um celular na Cidade de Deus e que lá tem “comando”. Na sequência, ela aparece levando várias palmadas nas mãos e também nos braços e costas.
No terceiro vídeo, um jovem explica que está tomando “salve” por ter furtado uma igreja evangélica, no bairro Jardim Atlântico, e também ter defecado no chão da igreja.
Os agressores aparecem nas imagens com camisetas cobrindo as cabeças. No entanto, na investigação, os policiais chegaram a duas das vítimas, que reconheceram os suspeitos e também identificaram tatuagens e outros detalhes que correspondem aos presos Junior de Oliveira Ribeiro, Giácomo da Cruz e Sebastião Rodrigo de Souza Silva.
O delegado Thiago Garcia Damasceno disse que a punição aparentemente mostrada como “justiça” aos delitos cometidos, na verdade objetiva disciplinar os assaltantes para cometimentos de crimes determinados pela organização criminosa. “Todos eles são membros de organização criminosa”, afirmou.