De acordo com o delegado Marcelo Martins Torhacs, o suspeito vinha sendo investigado há algum tempo, suspeito de vender clandestinamente, medicamentos abortivos e destinados a emagrecimento, cuja comercialização depende de regulamentação da Anvisa. “Chegavam diversas informações que ele comercializava medicamentos importados do Paraguai, medicamentos que a rigor no Brasil precisariam de um controle especial pela Anvisa, e alguns deles são até proibidos”, declarou o delegado.
Além de vender os produtos diretamente a interessados, na forma de encomenda, a Polícia Civil também acredita que ele fomentava um comércio paralelo, repassando parte dos produtos a revendedores.
“Tempos atras a Polícia cumpriu um mandado de busca à casa dele, que foi infrutífero. Mas não desistimos, prosseguimos as investigações. Havia também a noticia que ele supostamente poderia receptar objetos roubados, como joias, e intensificamos a vigilância”, revelou o delegado.
Nesse sentido, os investigadores receberam uma informação de que ele teria regressado do Paraguai com significativa quantidade de medicamentos. Para despistar suspeitas, o acusado despachou a carga por ônibus, vindo à frente. “A carga chegou nessa madrugada, ele não foi buscar. Foi agora de manhã e nós estávamos fazendo o monitoramento dele, sendo possível flagrar o momento em que ele pegou a mala. Ele tentou até disfarçar, mas foi flagrado”, declarou o delegado.
O crime praticado pelo acusado é considerado hediondo, importar medicamento clandestinamente, com penas que variam de 10 a 15 anos. “O crime é tão grave que aplica a pena do tráfico de drogas”, comparou Torhacs, sendo inafiançável.
Além dos produtos, a Polícia ainda apreendeu um veículo S-10 seminovo, duas correntes de ouro avaliadas no mercado negro em R$ 8 mil ou R$ 21 mil, pelo peso (são 60 gramas cada).
“É um indivíduo que se diz pintor, nada contra os profissionais dessa área, mas tem um patrimônio incompatível com esse tipo de atividade”, explicou o delegado, adiantando que deverá ser investigada uma eventual lavagem de dinheiro. “E se há possibilidade de investigar comparsas”, emendou. Ao ser interrogado, ele não soube informar, por exemplo, qual a última obra em que trabalhou.
Após concluir o flagrante, a Polícia deverá remeter o caso ao Ministério Público Federal, em razão de se tratar de importação clandestina do Paraguai.
Fonte: MT Agora